Wednesday, July 13, 2011

quando a história...

Foi no domingo, 10 de Julho no TCA: O elogio do Amor de Jean-Luc Godard. " É quando a história termina que ela começa a fazer sentido." Tantas vezes, recorrentemente: a história, o sentido.

Tuesday, May 17, 2011

Steve Coleman

Na Casa da Música, novamente.
À medida que me afasto a música ganha corpo. Um corpo ritmado, excêntrico e concentrico, coincidente e divergente, "encantatório" como me dizias à saída. A organização da música, encadeada em dois trechos, aos quais não era alheia a luz, o movimento discreto dos músicos em palco, a ausência de bateria, e a despeito disso, a presença intensa de ritmos, contribui para o encanto suave e discreto que se perpetua. Por ignorância, talvez, posso dizer que nunca vi nada igual.

Hoje descobri M S Lourenço. Da leitura da extensa entrevista que me ocupou a procura, retive muito que sobreviverá ao tempo. Por analogia com o anterior dito retenho: de tanta informação a que estamos sujeitos, restará saber seleccionar os 10% dela que não é "lixo". Interpretação extrapolada de outro pensamento dedicado a estudos de filosofia sobre a matemática.

Steve Coleman, por opção aleatória, uma maravilhosa surpresa.

Sunday, May 01, 2011

Música & Revolução

Revoluções Americanas I e II suscitaram prazer, proporcionaram conhecimento e geraram reflexões. Sobretudo as segundas partes, tocadas pela OSP. Nunca, julgo, o palco da Casa da Música esteve tão cheio: para tocar Edgar Varèse estiveram mais de 145 músicos em palco, e fora dele, já que alguns ouviram-se do foyer lateral direito. Também no dia anterior, Coptic Light de Morton Feldman, estiveram outros tantos músicos em palco. Se em Varèse a diversidade e o número se fez sentir, proporcionando o ambiente expressivo americano, em Feldmen a orquestra tocou como um único instrumento, ondulante, de variações sistemáticas e progressivas, como a tal tapeçaria que a objectivava. Intrigante, enigmático, encantatório... o conjunto devolve a individualidade colectiva a uma só voz.
Este ponto de partida levou-me para muitos lados, desde as tais tapeçarias, à gestão de empresas ( tão na moda), aos orientes, ao colectivo, à anulação, à humildade, à exaltação, às teias, aos cromatismos, às repetições, aos mantras, às regras, aos conjuntos, às variações,...

Sunday, March 27, 2011

Von Otter e Mehldau

Anne Sofie Von Otter e Brad Mehldau na Casa da Música. Penso que foi bom... mas eu não adiro, de todo, ao género. Na primeira parte, repertório clássico, alguns lied belíssimos. No entanto, eu que não sei de música o suficiente, desconfio sempre um pouco de um músico de Jazz a tocar clássico. Na segunda é um pouco ao contrário... gosto mais da Barbara! Nestas misturas há qualquer coisa que não "bate certo", que parece desajustado, fora do sítio.
Os textos eram belíssimos. Ela elegantíssima em palco. Ele sério. Dedicado. Mas há alguma coisa que fica por contar.

Tuesday, March 08, 2011

Viagens

Mishima: O mais importante na viagem é o processo do seu esquecimento
Coctaeu: O mais importante na viagem é a sua preparação
Cavafy: O mais importante na viagem é o caminho até ao destino
Agostinho da Silva: "O que interessa na vida não é prever o perigo das viagens: é tê-las feito."

Thursday, February 24, 2011

Perguntas.

Alguém que me explique o que se passa com a geração dos meus pais que acham que nós não conseguimos trabalho porque não queremos. Ou é suposto trabalhar de borla até aos 30 anos?

Sunday, February 20, 2011

Partir

De dividir. Com a idade e a experiência aprendi a dividir o tempo em bocados, os afectos em momentos, o trabalho em temas, o lazer em tipos, o prazer em picos. A desconstrução e a concentração em cada parte desconstruída, a total concentração repartida num assunto, num afecto ou num prazer permitem novamente a reunião num todo que me satisfaz totalmente, quando o consigo.