Ainda a quente e sem grandes reflexões, como convém a este espaço, digo convicta e emocionalmente que gostei, mais do que gostei.
As coisas boas acontecem, ainda que esperadas, e a expectativa era grande. Galina Vishnevskaya ( que ligo a Rostropovich) é Mãe, Mulher e paradoxalmente, na acção exacta do filme, Avó - por isso Mãe e Mulher. Para mim também a Rússia, pátria, mãe e mulher que conciliadora transcreve um movimento irracional (metafórico) por entre um cenário real de retaguarda da frente de guerra, para ver o neto e nele entender o Homem e o Filho. É a Mãe de todos os homens que vagueia insólita no desconcertante campo de batalha. É a lucidez feita carne, que, evidenciando cansaço, se dá ao abandono nos braços do Homem. " O meu corpo está cansado, mas a minha alma quer viver mais". Mulher e Homem, Mãe e Filhos, Rússia e Tchetchénia, num abraço de ternura e desacerto, doçura e dureza, que nos abre a alma.
A Imagem na melhor senda dos mestres russos, Eisenstein ou Tarkovsky.
A música seguindo os passos dos grandes românticos russos.
" Cheiras a Homem", mas " Não te lavas! És forte e bonito, mas não respeitas o teu corpo" dito ao neto que no pico da virilidade a abraça ternamente e a penteia, lhe refaz a trança. "As mulheres são todas iguais" no dizer dele: as mulheres que se abraçam cúmplices à espera no momento da partida e só aí ganham cor ( o filme é todo sépia).
A Rússia é um mundo. A Rússia é Europa e Portugal também.
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