Thursday, September 28, 2006

sempre o tempo

O que fazemos? Porque corremos? Para onde vamos?
Somos colectivo, com os mesmos problemos do invidual. Somos suícidas porque queremos desafiar o tempo. Ele é sempre o mesmo, quer corrámos quer não. É só um, intemporal- deformado ou linear - sem príncipio nem fim a não ser na circunstância do nosso nascimento e morte.

Ora bem

Ora bem. Para ser certo, teria que trabalhar, porém não me apetece. Vim ver os comentários à minha auspiciosa marmelada e diverti-me. Uma onda descontracção apanha-me. Apetece-me não fazer nada, que significa o mesmo que fazer tudo sem programa. Conversar, ler, olhar no vazio, ajudar o Pedro a fazer os trabalhos de casa ( para ele ainda não acabaram), ouvir, ouvir, ouvir,…sem ter a obrigação ou o trabalho de articular qualquer som. Contudo a casa está em silêncio, pouco há para ouvir. Apenas o ruído da vida, dos passos, dos movimentos da escrita, do Nódoa a comer ou a dormir. Ou algumas perguntas do Pedro a que eu não sei responder. No meu tempo não se estudava se o modo de organização de um texto é por encadeamento, alternância ou encaixe. Nenhum média viola o espaço. Nenhum som…para além do desta máquina em que escrevo. Parece tarde - noite alta, mas são apenas 22 horas.
Amanhã será amanhã. Dar-me-ei à preguiça.

Tuesday, September 26, 2006

marmelada 2006


Há vinte anos que faço marmelada. Nunca fiz marmelada tão mal como este ano.
O problema está:
- Nos marmelos? Bichados, podres e poucos.
- No açúcar? Não tinha açúcar branco e fiz com açúcar amarelo.
- Na pouca atenção? Enquanto os marmelos coziam fiz o jantar e jantei.
- Na varinha mágica? Ficou toda torta com o calor.
- No tempo de cozedura? As cascas ficaram torradas.
- Nas quantidades? Pus um quilo de açúcar para um e meio de marmelos, mais do que o costume.
- Em mim? Não me apetecia fazer marmelada.
Resultado vou comprar marmelos bons, bonitos, no supermercado e vou fazer uma nova marmelada para encher as tigelas que adoro.

Björk, Desired Constellation, Canal +



ou a experiência do sublime.

Monday, September 25, 2006

A Casa e a Música

Voltei à Casa da Música, após as supostas obras de correcção acústica para ver e ouvir Chick Corea e Gary Burton. Segundo o Pedro a acústica ainda não está bem. Os meus ouvidos ainda não chegam lá. Aguardemos a visita da Cultour para testar – os meus ouvidos e a acústica da casa.
Quanto ao concerto, às 22.00 horas, depois de um sábado de trabalho, foi bom. É muito bom ouvir ao vivo e ver, ou ouvir sem ver, porque assim se quer.
Dois virtuosos, sem dúvida. Para mim, sob ponto de vista da execução, seria difícil fazer melhor, sobretudo Gary Burton. Quanto à composição, gostei de umas músicas mais e de outras menos: destaco a terceira e a última de ambas as partes.
Não foi o concerto do ano, porque aguardo expectante duas hipóteses: Steve Reich e Keith Jarret, que espero ver e absorver.

Saturday, September 23, 2006

O dia seguinte

Sempre o dia seguinte quando o presente não nos satisfaz.

Friday, September 22, 2006

pendentes

Pendente…palavra horrenda que me persegue. Feia na forma e feia no significado. Detesto pendentes, apetece-me pô-los debaixo do tapete, escondê-los ou destruí-los. Mas há registos dos pendentes e mesmo destruídos os pendentes perseguem-nos sempre: no registo, no telefone, nos olhos, nas bocas e até nos sonhos. Sou escrava dos pendentes. Tenho papéis para os lembrar no frigorífico, lembretes no telemóvel, post its colados, folhas de rascunho amachucadas, dobradas, rabiscadas. Tenho cadernos, agendas, dossiers, que organizo e desorganizo, para ver se me entendo.
Os recados são de muitos géneros: “cortinas”, “tabelas”, “trocar lâmpadas” “avisar os caçadores” “telefonar a …”, “escrever texto sobre…” “ elencar temas mais importantes”, “----r”, “d-----r”, “-a--r”, “….”.
Bem, inventemos desculpas para não ter resolver pendentes. Arranjemos maneira de passar os pendentes para outros, à boa maneira do funcionário público.
Vou dormir sobre os pendentes.

Wednesday, September 20, 2006

siadap

Ainda bem que não há maneira de medir dor, cansaço, amor, ódio, interesse, …. Ainda bem que não há maneira de medir emoções e sentimentos, senão o mundo tornava-se uma tirania. Por isso a medida é só nossa, individual e estabelece-se em função dos nossos limites. E mesmo esses às vezes não sabemos exactamente quais, porque os desafiamos todos os dias…até que quebra, ou dá simplesmente sinais de próxima ruptura.
Isto também a propósito do novo sistema de avaliação da administração pública. Não sei nada ou quase nada sobre ele, mas tenho medo. Tenho medo que a sociedade capitalista tenha sob esta forma, encontrado mais uma maneira de tiranizar as pessoas. As pessoas são um recurso, uma matéria prima, cujo o desempenho vai ser medido por parâmetros - por objectivos, uma maneira mais moderna e eufemista de dizer, por números. Seremos feitos índices, metas quantificadas e tornados cobaias. Quem melhor desempenho terá, será quem, na média, responder melhor a tudo, como se na média estivesse a virtude e na média se fizesse a diferença. Porque não se mede paixão, temos que andar atrás da visão e da missão para estabelecer os tais objectivos que seremos obrigados a atingir e a partir dos quais seremos traduzidos em números.
E depois venham falar de inteligência emocional, de envolvimento, de relações humanas… e “chorar no trabalho e por causa dele, dá perda de pontos”, como comentávamos ao almoço?
Convido-os a ler os comentários do meu post de ontem que são soberbos.

Tuesday, September 19, 2006

Prós e Contras

Acerca de as instituições, públicas e privadas, que passam por dificuldades por causa desta nova ideia “escola a tempo inteiro" , a Ministra da Educação responde:

“Mas, ó senhor professor, quer que eu seja também ministra dos atl's?”


Estou realmente a divertir-me, com esta discussão. Será que vou dormir mais de 7 horas hoje?

a tempestade....

…continua a tempestade. Morro de sono e de cansaço febril. Convoquem-me, levem-me, tirem-me daqui, nem que seja por um momento, uma gargalhada, um tema,…
Este parece ser o único lugar de desabafo e… mesmo assim, ainda vou trabalhar. Pergunto: o que faço da minha vida? Vale a pena?
Comentem por favor, porque esta é também uma maneira de me convocarem.

Monday, September 18, 2006

porque gosto deste poema?

Manhã

A nossa noite ontem à tarde
foi a manhã porque esperávamos

David Mourão Ferreira

Sunday, September 17, 2006

Capacidade e benefício

O caminho da vida é o caminho que nos conduz à solidão. Aqui entendida como a capacidade e o beneficio de estarmos sós. Capacidade, porque para muitos de nós, é uma qualidade que se conquista. Benefício, porque quando conquistada se torna realmente uma benesse. Deste estado não se exclui, porém, a metódica necessidade de confrontar com outros o nosso corpo e o nosso espírito. Porque esse nirvana da reclusão escolhida será ainda, talvez, o passo seguinte. Por isso, quem pensa e não tem medo de encetar viagens, conclui que este é um estado necessário e visceral, etapa próxima e obrigatória para quem começa do lado contrário - o ninho da família natural e opcional.

É cada vez mais assim. Somos sempre mais unos e íntegros, integrais, quando capazes de desmontar por peças os nossos sentimentos, tornando-os compreensíveis para nós próprios – então podemos sublevá-los em virtude. Somos cada vez mais universais e desprendidos, quando entendemos o que diz David Mourão Ferreira: “ Fica onde estás, ó meu passado,/e não ensombres o presente!/ Mas de tão mísero e humilhado/ torno-me quase transparente/ - quase alado!” Capacidade e benefício.

Saturday, September 16, 2006

a tempestade continua

A tempestade continua.
Duas pausas a pontuaram.
A primeira: uma entrevista de Gonçalo M. Tavares na 2, que me prendeu, imóvel dentro do carro, às 19.45horas, junto à porta da Escola Secundária. Deliberadamente não saí (para continuar tarefas maternais) e aguardei calmamente o seu fim.
A segunda: um filme na Gallery, que manipulamos para ver desde o início às 22 horas. A casa completamente desarrumada, as compras nos sacos, jantar – não houve, porque as duas mulheres livres e adultas, decidiram que assim fosse. Decidiram parar o tempo, atrasar o programa televisivo para se deleitarem com bonitas imagens e palavras e… com uma história de mulheres, com Merryl Streep à cabeça.
Pura terapia para iniciar um fim-de-semana que se antevê de muito trabalho.

Friday, September 15, 2006

tempestade

Fui apanhada por uma tempestade de trabalho avassaladora. O pior é que eu gosto muito de trabalhar. O que mais me custa é deixar de controlar as tarefas domésticas…e perceber que os meus dois passarinhos estão “famintos” à minha espera. Ficção? Eles estão bem dispostos e amorosos.
Vou sair novamente. E ainda vou falar francês. Vale-me ter feito um bom jantar do qual se destaca um esparregado “supimpa”.
Peço um poema. Eu não vou ter tempo de o procurar. Um ou mais, serão bem vindos.

Wednesday, September 13, 2006

conversas

Dizia a Joana: “ Já deixavas de fazer posts sobre a Grécia…”.
Decisão quase impossível quando ainda sonho com os deuses.
Mas possível. A Grécia sobreviverá e revelar-se-á ao longo de muito tempo, em muitos posts e em muitos pedaços de vida, daquela que recomeçou espessa. Por isso deixarei de explicitamente falar sobre a Grécia.
Tenho vários tipos de conversas que me sustentam: as que me são exteriores, sociais ou como se diria noutras épocas, de salão; as que são puramente mentais, que pratico como um exercício de matemática, só mente e especulação (que me excitam e elevam) e nada têm de material; as que pratico como um jogo interactivo, que puxam pontas, que ficam suspensas à espera de alguém que as agarre; e as que me envolvem totalmente, me deixam frágil, em que confidencio e exponho toda a minha pessoa– viscerais. Todas me são essenciais e todas me definem. Em todas me realizo. As últimas, as mais difíceis e mais raras, funcionam como terapia: são a memória freudiana perdida e relevada. Porque também fui aprendendo o logro da psicanálise. Mas às vezes fazem-me muita falta, para me compreender e para, a partir da consciência negativa, me valorizar. Não são muitos os espaços em que podem acontecer, porque só podem ser concebidas num lugar de amor incondicional, tão longe das nossas práticas sociais.

Monday, September 11, 2006

para trás, no tempo

O nosso percurso por território grego andou para trás na história.
Iniciou-se na Acrópole de Atenas. No período clássico. Lá, onde Péricles congregou vontades para demonstrar o poder da cultura grega. Onde o homem foi exaltado na sua maior dimensão até tocar os deuses, para celebrar os deuses. Athena- deusa da sabedoria, filha de Zeus. O Parthénon em celebração de Athena, iniciado em 447 e terminado em 432 a. C. concebido por Ictinos e Calicrates. Mas também o Erecthion, onde se localizam as Cariátides, os Propileus e o templo de Athena Niké ( que não vimos porque estava desmontado).
Delfos. Santuário em honra de Apolo ( séc. IV a. C.). Apolo, filho de Zeus e de Leto e irmão de Artemis. Delfos, na encosta da montanha, edificada no lugar onde duas águias lançadas, por Zeus, de cantos opostos do mundo, se cruzaram indicando o centro da terra. Lugar de culto onde Apolo falava pela boca de uma pitonisa, sempre uma mulher.
Lugar de cultura do corpo e do espírito. Delfos possui um magnífico estádio e um teatro.
Epidauro. A celebração do teatro grego. Activo desde o século IV ao século II a.C. Foi desenhado por Polycleitos e completado pelos romanos. Ainda hoje é lugar de espectáculo.
Micenas. Construída pelos Aqueus na península do Peloponeso. Cidade de Agamémnon, que foi vingar o irmão a Tróia, resgatando a bela Helena. O tesouro de Atreu, pai de Agamémnon, monumento tumular perfeito e único.
Cnossos (séc. XVII a.C) Rei Minos, cultura Minóica. Na colina sobre a paisagem. Muitos ruídos do século XX perturbam a sua leitura. No exterior, um pátio com escadas, usado espectáculos, fixou-nos no passado e pousou sobre nós a beatitude da história. Um palácio feito para o bem estar do homem e não para celebrar os deuses.
Phaistos ( séc. XVII a.C.) na costa sul de Creta, destruído por uma onda gigante, esplendoroso, como Cnossos, menos submetido a conceitos de recuperação destrutivos.
A arte Cicládica e Minóica, no Museu de Iraklio. A revelação esplendorosa de uma civilização quase desconhecida. Desde o séc. XX até ao século XV a.C. Não fazemos hoje melhor. Uma arte ligada à terra e ao homem, uma cultura em que a mulher tinha um papel preponderante e activo. Uma arte ligada à vida, mais que à morte.
Fechamos, sem saber com chave de ouro.
Queremos saber mais, dar um passo atrás na história e ir à cultura cicládica. Absorver a deusa mãe, hino à fecundidade.
(Fotografias, não há, pelo menos por enquanto. Prometo render-me às virtudes do tempo moderno e comprar uma máquina digital.)

Sunday, September 10, 2006

história da Grécia

Datam de 200 000 AC os primeiros vestígios humanos no território da actual Grécia.
3200AC – início de culturas em Creta e nas cidades do continente
2000AC – início dos primeiros palácios em Creta – Civilização Minóica
1600AC – Apogeu da Civilização Micénica
1450AC – Micenas conquista Knossos
1200AC – Declínio da cultura Micénica
1100AC – O mundo grego, constituído por diversos grupos expande-se pelo sul da Europa, norte de África e golfo pérsico.
776AC – Data dos primeiros Jogos Olímpicos
750/700 AC– Homero escreve a Íliada e a Odisseia
675 AC – Licurgo reforma Esparta
546AC – Os presas submetem os gregos da Jónia. Atenas desenvolve-se sob seu domínio
479AC – Os persas são derrotados pelos atenienses, espartanos e aliados
478 AC – Formação da Liga Délia e início da liderança de Atenas
451/429 – Péricles inicia a reconstrução de Atenas
431/404 AC – Guerras do Peloponeso – início do domínio espartano
371AC – Tebas derrota Esparta – início do domínio de Tebas
338AC – Os gregos são derrotados por Filipe II da Macedónia
331 AC – Alexandre o Grande funda a Alexandria após a conquista do Egipto e estende o império para oriente até à Índia
197 AC – Os romanos derrotam Filipe V da Macedónia
85 AC – Atenas é tomada pelos romanos
124/13 AC – O imperador Adriano lança um programa de reconstrução da Grécia
395 AC – Com a morte de Teodósio I e a divisão do Império Romano a Grécia fica sob o domínio do império romano do oriente. É invadida sucessivamente por ávaros, eslavos e búlgaros (no norte).
1204 DC- O império bizantino dissolve-se e é ocupado por francos e venezianos
1389 DC- Os venezianos ocupam quase toda a Grécia incluindo as ilhas
1453 DC– Queda do império romano do oriente
1456 – Os turcos otomanos ocupam Atenas e sucessivamente outros territórios gregos. Sucedem-se lutas entre venezianos e turcos.
1821 – É pela primeira vez içada a bandeira da independência grega após a derrota dos turcos. A capital é Náfplio. Em 1834 a capital passa a ser Atenas.
A Grécia entra na primeira grande guerra e é forçada a entrar na segunda após a invasão do seu território por tropas italianas.
O território grego não é contudo estável. Sucedem-se guerras com a Turquia pelo domínio de alguns territórios. O Chipre torna-se independente em 1960.
1946/1949 – Guerra civil entre o governo e os comunistas
1967 – Início da ditadura após a tomada de poder por uma junta de coronéis.
1974 – Queda da Junta de Coronéis. Início do período democrático.

Pedaços de Mediterrâneo [6]

Pedaços de Mediterrâneo [5]

Pedaços de Mediterrâneo [4]

Pedaços de Mediterrâneo [3]

Pedaços de Mediterrâneo [2]

Pedaços de Mediterrâneo

Saturday, September 09, 2006

sol


Aqui em Portugal são 17.30 horas.
Está a pôr-se o sol na Grécia.
No dia 2 de Setembro o sol não se pôs na Grécia.
No dia 3 o sol pôs-se na cidade de Atenas.
No dia 4 o sol pôs-se em Itea, depois de Delfos.
No dia 5 o sol pôs-se em Micenas, por trás do Tesouro de Atreu.
No dia 6 o sol pôs-se Knossos na ilha de Creta.
No dia 7 o sol, em Kommos, pôs-se repetidamente entre as ondas do mar e deu lugar a um eclipse parcial da lua.
No dia 8 o sol pôs-se no ar.
No dia 8, à noite, a lua iluminou a acrópole em Atenas.

Saturday, September 02, 2006

ouras férias

Acabei de fechar a mesa redonda.
Amanhã partiremos rumo à Grécia. Se conseguirmos continuaremos a actualizar o blog.
Estejam atentos.