Saturday, April 26, 2008

Aviso

Avisam-se os habituais clientes que começou a época balnear com um soberbo banho, apenas de mergulhos nas ondas, um sol quente e uma praia imensa.

Macieira do Japão


Acho que dá as flores mais bonitas que conheço.

Friday, April 25, 2008

É Abril




25 de Abril SEMPRE

25 de Abril


25 Abril Sempre!

Sunday, April 20, 2008

Centro Interpretativo do Monte Padrão




A inauguração do Centro Interpretativo de Monte Córdova e reflexões à volta.
Que bom é que se façam obras fora dos centros, onde há outras pessoas que olham para a cultura erudita e para a arquitectura de outro modo - talvez com olhos perdidos e incapazes de perceberem no todo as partes. Olhos que lentamente se vão habituando à forma e à luz, e que já gostam, ainda que não entendam.
Que bom perceber que se pode encher esta sala com esta gente, para ouvir o arqueólogo falar de construção de memória, de identidade, de percepção e entendimento da história.
Que bom pensar que se pode encher mais vezes esta sala com esta gente e que só deste modo estas portas não se fecharão.
Quem contribuiu para a construção deste edifício sabe que os caminhos que trilha um arquitecto municipal, um engenheiro municipal, os construtores locais, não é fácil nem a direito: é tortuoso, implica cedências e dúvidas - dúvidas que recomeçam amanhã quando o Centro abrir as portas a um público que vai ter que conquistar.
É fácil chegar a Monte Córdova, ao Monte Padrão, ao Centro Interpretativo e ao Castro. Fica apenas a 20 minutos do Porto e é um local excelente para passeios de Verão.

Companheiros cá de casa

Corações - Alain Resnais

Conversávamos à saída do filme: “ Não entendi nada do filme:” “ Eu também não” “ Não é especialmente bonito, não tem diálogos bons…” “ não se percebe aquela “gaja”, bíblias, igrejas e depois aquilo das cassetes” “ Depois estão sempre a dizer é tudo muito complicado, muito complicado e nunca sabemos a razão dos comportamentos, do porque é complicado”. “ Só se for para dizer como são frágeis as relações entre as pessoas.”

Vou por aí. Foi o que me ficou, algum desencanto que advém da monotonia das nossas comuns vidas, ainda que à noite, fora de horas, em frente à cama de um moribundo depravado, se vista a pele de bacante para ficcionar outro ser. Algum desconcerto perante a atitude jovem pura, em jogo de engate nocturno, escandalizada com o deleite do irmão, entradote, em frente aos vídeos oferecidos pela casta colega de trabalho.

Está bem. Talvez seja por aí que Alain Resnais nos quer levar, trocando-nos as voltas, não nos dando nada em troca, a não ser o espectáculo comum da precaridade das nossas vidas e dos nossos amores: tudo se faz e se desfaz num ápice.

Confesso que não percebo bem o louvor dos críticos.

De notar que Resnais faz este ano 86 anos.

Monday, April 14, 2008

cinema caseiro

...ainda hoje sem eco de ontem e com eco de ontem: Apocalipse Now - o filme. Revi-o ontem à noite depois de ter lido há pouco "Coração das Trevas" de Conrad. Inevitavelmente voltou hoje à mesa do jantar e pós jantar, misturado com educação, filosofia, maneira de viver, coerência...
No seu melhor porque também um filme dos melhores!

a pianista

Ela é a pianista. Penso... não encontro outra ao vivo. Ela duas vezes: no Coliseu há uns cinco anos e ontem na Casa da música, por ocasião do quarto aniversário. Ela, na mesma. Ela diferente dos outros: pequena diva, efémera, volátil, até ao momento em que se senta e domina o piano e a partitura e nós com ela, poderosos também. Ela é poderosa e subtil, ela é leve e presente, ela quando pára pára e fica o silêncio, que não é silêncio porque é música antes e música a seguir. Ela toca notas que se soltam como pérolas no ar, notas soltas, pedras preciosas que se perdem e nos prendem. Qual foi mesmo o último extra? Eu, inculta, não sei. Mas decerto algum Chopin qualquer com o violoncelo por companheiro. Nele soltaram-se as pedras preciosas que guardei no meu bolso para recuperar na monotonia do dia- a -dia.
Maria João Pires, ontem à tarde, na Casa da Música, por ocasião do quarto aniversário com Pavel Gomaziakov, no violoncelo.
Espero as críticas dos críticos, mas para mim chegou e sobrou para armazenar. Gostei também do décor: a mesa e as velas a arder e o jarro com água.

Sunday, April 13, 2008

acordo ortográfico

Há temas que arrumo, talvez por preguiça ou porque são demasiado pesados para nos metermos neles a sério. O acordo ortográfico está nesta categoria. Hoje de manhã no entanto ele entrou na minha cabeça através do debate da antena 2. É realmente um tema pesado, complexo e que, egoistamente, não me interessa muito, porque vou poder continuar a escrever como sempre até ao fim dos meus dias.

Mas intuitiva e superficialmente acho um verdadeiro contra-senso. Porque criar regras exteriores para uma língua viva? Porquê a necessidade de formatar situações que estão em mutação? Porquê o medo à mudança e à invenção? Alguma vez as diferenças ortográficas foram impedimento a que lêssemos Jorge Amado, Machado de Assis, Clarice Lispector e outros? E escritores como Mia Couto respeitam que acordo?

Como dizia Maria João Seixas é inacreditável como se vai gastar imenso dinheiro para implementar o acordo, quando nunca se fez nada para promover, desenvolver e cultivar a língua portuguesa. Disso é exemplo a actividade do Instituto Camões.

Somos assim em tudo ( este somos não sei se refere aos portugueses ou aos humanos) é-nos muito difícil defender por dentro, defender evoluindo, criando, sem medo de ser revolucionário, sem medo da mudança. Somos essencialmente conservadores e precisamos de regras ainda que seja para as transgredir a todo o momento: a regra e a transgressão fazem parte do mesmo mundo conservador – são as duas faces de uma mesma moeda.

Saturday, April 12, 2008

Toalha de chá



No passado domingo quando cheguei a casa dos meus pais vi esta toalha na mesa. Era a toalha do chá bordada pela minha Avó Sílvia. Lembro-me de ela a bordar: escolhia o tecido, o desenho, passava-o a papel químico, escolhia as linhas e as cores e depois iniciava a tarefa. Esta é bordada com "perelé" ( não tenho a certeza se é assim que se escreve mas é assim que se pronuncia). Foi com a minha Avó e com a minha Mãe que aprendi a bordar. Bordava paninhos para lhes oferecer nos anos e elas faziam anos seguidas: a Mãe a 19 de Março e a Avó a 21. O da Mãe era instruído pela Avó e bordado às escondidas para ela não saber e o da Avó ao contrário. Vejam o meu drama: tinha que bordar ao mesmo tempo dois paninhos, às escondidas e sem contar nada às instrutoras, que eram parte interessada.
Gostei de rever a toalha e achei-a lindíssima!

Thursday, April 10, 2008

silêncio

Há dias em que o silêncio é de ouro.
Mas o que é o silêncio? Neste caso são apenas ruídos ou músicas ao fundo não provocados por mim nem pela minha vontade.

Tuesday, April 08, 2008

lilases com filetes de polvo


Lilases. Os lilases são flores de arbusto que florescem na primavera. Têm um cheiro intenso. Associo-os ao domingo de ramos, quando os colhia dos lilaseiros de casa dos meus pais para os oferecer à minha madrinha, que era a minha Avó Mimi. A Avó Mimi gostava de lilases. Em minha casa tenho este pé que veio de casa dos meus pais. No domingo trouxe outro rebento, de um lilaseiro branco, para plantar no meu jardim.
PS: hoje fiz um jantar óptimo: filetes de polvo com arroz do mesmo. Que me desculpem os restaurantes e o meu querido irmão, excelente cozinheiro, mas os meus estavam mesmo muito bons. Filetes de polvo devem ser panados com pão ralado, como sempre se fez lá em casa.

Monday, April 07, 2008

Capela de Quebrantões


Obra datada ou obra intemporal? À intemporalidade aspiram as grandes obras de arte: o parténon não tem tempo, o panteon não tem tempo, o Guggenhein de Nova York não tem tempo...
Outras obras têm tempo, mas não são datadas, isto é: o tempo passa e não se desactualizam, mas são presentes, sempre no presente.
Esta capela de Quebrantões é assim, é desta categoria: não se desactualiza, não tem por onde, porque tem pouco desenho, mas é matéria, é quase só matéria: o peso da madeira, a transparência do vidro, os rasgamentos das aberturas, o peso do betão,... e nela sentimo-nos gente!

Saturday, April 05, 2008

José Fernando Gonçalves




Foi muito compensador o passeio de hoje de manhã. Diziam-me que talvez tivesse sido a melhor visita da Cultour: à capela mortuária, casa dos escuteiros e capela de Quebrantões em Oliveira do Douro. Lá no site da Cultour, estarão disponíveis fotografias e testemunhos. Para já, aqui esta pálida ideia, de três obras maduras, profissionais, vividas e bonitas de um arquitecto muito bom.
José Fernando Gonçalves brindou-nos com a sua sabedoria e descrição tão pouco comuns nos tempos que correm. Obrigada.

Thursday, April 03, 2008

retornadas


... finalmente encontrei-as, perdidas no lixo com outro nome imposto!
As de um fim de semana de retorno ao ambiente de infância ( se bem que com as evidentes marcas da contemporaneidade)... para recordar novamente.
...

Tuesday, April 01, 2008

muros I



... de xisto e granito, na cerca do adro da igreja de Meijinhos!