Ontem tive, finalmente, a oportunidade de ver o documentário ruínas. Perdi, nas ruínas do tempo, os comentários que li na altura da sua exibição no circuito comercial. Vi-o em condições especiais. Não as melhores, sob pondo de vista do objecto artístico, mas cenicamente envolventes: um ambiente de pré-ruína ou de obsolescência física. No dizer do perito comentador, ao contrário dos humanos, nos edifícios, a obsolescência social precede a física. Assim foi, uma fábrica que deixou de laborar em 1990 é agora uma ameaça, mostra as entranhas em decadência. A fábrica foi o lugar da exibição.
À noite explicava o filme aos meus filhos. Comunicar a experiência faz parte do seu conhecimento (comentava hoje com uma amiga ao almoço- interessante!) O filme apresenta no presente imóveis abandonados em planos fixos - vários planos para cada situação. O texto que o acompanha relata episódios passados no que foi o presente (aqui entendido como a época viva desses edifícios). Relatos do passado que nos transportam para um passado-presente quando visualizamos o presente-passado dos edifícios.
Inesquecível. Vou vê-lo novamente para confirmar mas não o verei no mesmo cenário.
Os panos negros que cobriam as janelas, a abanar ao vento, fizeram-me recordar as primeiras cenas de "O leopardo".
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
No comments:
Post a Comment