Na Casa da Música, novamente.
À medida que me afasto a música ganha corpo. Um corpo ritmado, excêntrico e concentrico, coincidente e divergente, "encantatório" como me dizias à saída. A organização da música, encadeada em dois trechos, aos quais não era alheia a luz, o movimento discreto dos músicos em palco, a ausência de bateria, e a despeito disso, a presença intensa de ritmos, contribui para o encanto suave e discreto que se perpetua. Por ignorância, talvez, posso dizer que nunca vi nada igual.
Hoje descobri M S Lourenço. Da leitura da extensa entrevista que me ocupou a procura, retive muito que sobreviverá ao tempo. Por analogia com o anterior dito retenho: de tanta informação a que estamos sujeitos, restará saber seleccionar os 10% dela que não é "lixo". Interpretação extrapolada de outro pensamento dedicado a estudos de filosofia sobre a matemática.
Steve Coleman, por opção aleatória, uma maravilhosa surpresa.
Tuesday, May 17, 2011
Sunday, May 01, 2011
Música & Revolução
Revoluções Americanas I e II suscitaram prazer, proporcionaram conhecimento e geraram reflexões. Sobretudo as segundas partes, tocadas pela OSP. Nunca, julgo, o palco da Casa da Música esteve tão cheio: para tocar Edgar Varèse estiveram mais de 145 músicos em palco, e fora dele, já que alguns ouviram-se do foyer lateral direito. Também no dia anterior, Coptic Light de Morton Feldman, estiveram outros tantos músicos em palco. Se em Varèse a diversidade e o número se fez sentir, proporcionando o ambiente expressivo americano, em Feldmen a orquestra tocou como um único instrumento, ondulante, de variações sistemáticas e progressivas, como a tal tapeçaria que a objectivava. Intrigante, enigmático, encantatório... o conjunto devolve a individualidade colectiva a uma só voz.
Este ponto de partida levou-me para muitos lados, desde as tais tapeçarias, à gestão de empresas ( tão na moda), aos orientes, ao colectivo, à anulação, à humildade, à exaltação, às teias, aos cromatismos, às repetições, aos mantras, às regras, aos conjuntos, às variações,...
Este ponto de partida levou-me para muitos lados, desde as tais tapeçarias, à gestão de empresas ( tão na moda), aos orientes, ao colectivo, à anulação, à humildade, à exaltação, às teias, aos cromatismos, às repetições, aos mantras, às regras, aos conjuntos, às variações,...
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