Wednesday, May 28, 2008
concentração
Tuesday, May 27, 2008
sinais
Eu, na pacífica paz do lar, regresso ao tema de há uns dias pela leitura do artigo de opinião de Mário Soares no Diário de Notícias " Pobreza e Desigualdades" - o velhote continua lúcido!
Monday, May 26, 2008
Silêncio
Pode-se depressa pensar no dia que passou. Ou nos amigos que passaram e para sempre se perderam. Mas é inútil esquivar-se: há o silêncio. Mesmo o sofrimento pior, o da amizade perdida, é apenas fuga. Pois se no começo o silêncio parece aguardar uma resposta - como arde, Ulisses, por ser chamada a responder- cedo se descobre que de ti ele nada exige, talvez apenas o teu silêncio."
Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres; Clarice Lispector; Relógio de Água; Maio de 1999
Sunday, May 25, 2008
contra senso
Sinto muitas vezes que vivo num mundo de disparates. Parece que perdemos o sentido de espécie, a vontade da sua perpetuação e andamos a devorar-nos uns aos outros.
Penso: eu não sou daqui!
Friday, May 23, 2008
Laços de aniversário
Wednesday, May 21, 2008
erros
Tuesday, May 20, 2008
evocação
Escavação
Numa ânsia de ter alguma cousa,
Divago por mim mesmo a procurar,
Desço-me todo, em vão, sem na
E a minh’alma perdi
Na
Brando a espa
E chama genial que tudo ousa
Unicamente à força de sonhar…
Mas a vitória fulva esvai-se logo…
E cinzas, cinzas só, em vez de fogo…
- Onde existo que não existo em mim?
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Um cemitério falso sem ossa
Noites d’ amor sem bocas esmaga
Tudo outro espasmo que princípio ou fim…
Mário Sá Carneiro
Poemas Completos
(edição de Fernando Cabral Martins)
Retirado providencialmente da edição do poemário deste ano de 2008, porque faz todo o sentido.
Saturday, May 17, 2008
tic's
Acho que vou ver o PDM da Maia em papel se ainda existir nessa versão. Se assim não for este modo de participação é um bom modo de ninguém participar.
Friday, May 16, 2008
Silêncio
Há momentos em que é preciso o silêncio.
Será muni?
Wednesday, May 14, 2008
eva
Esta é das metáforas bíblicas que mais aparece no meu dia a dia. Não assim, evidentemente. Até porque eu sou daqueles que sou tentada e não resisto a provar, talvez por ser eva. Levarei comigo todos os Adões que quiserem. Mas às vezes, noutras circunstâncias, penso que queremos saber de mais, possuir demais, dominar de mais, e depois ficamos embaraçados nas teias da inveja, do ciúme, do poder e de outras fraquezas humanas.
Tuesday, May 13, 2008
Validades
Monday, May 12, 2008
Seria?
O que permanece. Sabemos das leis da física e da química que tudo se movimenta e se transforma e nada permanece imutável. Para além do universo ínfimo, reino imponderável da transformação, também no visível, tudo se transforma.
Sabemos que alma pesa 21 gramas - tal é a diferença de peso entre o ser vivo e o ser morto, no momento imediato ao vivo. Ou não sabemos?
Eu entendo e procuro o “algo” que identifica e que distingue cada ser: uma árvore, um pássaro, uma pedra, um rio, o arco-íris - aquilo que não muda - o imutável, o que permanece. Seria "rucshi"?
Thursday, May 08, 2008
aniversários
Mas hoje também faz anos a nossa amiga. O ano passado festejou os anos com a Joana em Inglaterra. Ainda o ano passado disse aqui que ela faz também parte de muitos dos nossos dias luminosos. Novamente e sempre muitos parabéns!
modelos
De regresso a casa. Quando estava na secretaria da Casa de Saúde da Boavista vi um paninho de crochet, nada de especial, mas cujo efeito de conjunto era muito bonito. Desenhei-o para memorizar e cheguei a casa e reproduzi-o. Não está correcto, mas já sei qual é o erro: o segredo está no modo como pegam as rosetas.
Lembrei-me da minha mãe, que sem a muleta do desenho, reproduzia panos de crochet, pontos de malha e outros modelos. Se não herdei dela as mãos de fada herdei-lhe o gosto.
Sunday, May 04, 2008
outras correntes
Ontem à noite estávamos a jantar e o fogão na cozinha deu um estouro e o exaustor desligou. Pensei que tinha avariado. Hoje descobri que não deixou de funcionar mas tinha desligado a corrente eléctrica no quadro.
É preciso ver o que se passa.
Thursday, May 01, 2008
O primeiro 1ºde Maio
“… fazia-me bem aquele ulular compassado, o braço martelado, as pernas marchando sincopadas, sentia-me respirar colectivamente, identificava-me com propósitos que desconhecia, transpessoalizava-me, como gota de água desindividualizada integrando o bloco compacto da onda direccionada por um só caminho para um só fim, fazia-me bem a despersonalização, anulando-me, prendendo-me a uma corrente colectiva, ressurgia senhora de mim, desejosa de ser como todos, igual a todos, submersa na mesma vaga, consciente de que a minha força só era força se unida à força dos outros, …”
Comecei a lê-lo ontem e acabei-o hoje. É um livro pequeno, falarei sobre ele mais tarde.
Uma Segunda Juventude e A Ilha dos Jacintos Cortados
Apetece-me escrever conjuntamente sobre “Uma segunda Juventude” e “ A ilha dos jacintos cortados” livro de Gonzalo Torrente Balester. Teria mais lógica escrever sobre o filme de Copola e o livro de Mircea Eliade que o funda, mas não li o livro e não me apetece lê-lo. Tanto o filme como o livro de Balester, têm todos os condimentos que me fazem gostar de…
não que sem uma espécie de resistência original que se vai dissolvendo com a duração do acto de ver ou do acto de ler e depois, ainda mais, quando pedaços nos assomam em confronto. As viagens no tempo, a simultaneidade de erupção de acontecimentos passados no presente, a procura do início, da razão das coisas, estão presentes nos dois objectos, combinando-os, mais o livro, com um modo leve e onírico de nos ler no mundo. No filme este voltar no tempo assume uma dimensão física que se materializa na segunda e efectiva juventude. No livro o presente é espectador do passado, ainda que se diga que passado, presente e futuro são simultâneos: a história é uma grande tela plana onde tudo se desenrola ao mesmo tempo.
No filme confesso algum cansaço. Achei-o longo e às vezes perdido em efeitos estéticos algo desconjuntados. O livro achei-o denso, mas tão agudo sobretudo na narração do presente/ presente que ainda anda por cima das mesas, das estantes, no carro, para reler passagens, que pressinto não apreendidas naquilo que (me) podem significar.