" mas há um momento em que do corpo descansado se ergue o espírito atento, e da Terra, e da Lua. Então ele, o silêncio, aparece. E o coração bate ao reconhecê-lo: pois ele é o de dentro da gente.
Pode-se depressa pensar no dia que passou. Ou nos amigos que passaram e para sempre se perderam. Mas é inútil esquivar-se: há o silêncio. Mesmo o sofrimento pior, o da amizade perdida, é apenas fuga. Pois se no começo o silêncio parece aguardar uma resposta - como arde, Ulisses, por ser chamada a responder- cedo se descobre que de ti ele nada exige, talvez apenas o teu silêncio."
Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres; Clarice Lispector; Relógio de Água; Maio de 1999
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