Ouço o concerto em sol maior de Ravel, tocado por Pascal Rogé. Ganhei coragem após ter ouvido a interpretação de Sequeira Costa na sexta-feira na Casa da Música. A diferença virá da interpretação, da gravação? Porque é que lá as notas não tinham luz? Porque é que lá as notas não tinham espaço? Porque é que lá as notas não engordavam como bolas de sabão para, elevando-se no ar, rebentarem, visíveis aos nossos olhos fechados? Porque é que lá o piano não torna imensa a flauta, o oboé não é a cama do piano, as cordas não são o transporte para a elevação?
Não se pense que não gostei. Também me parece que deve ser difícil ao vivo encontrar a mesma interpretação que em CD, mesmo que seja interpretada pela Orquestra de Montreal e por Pascal Rogé. Segundo o meu sentimento a diferença vem sobretudo do tempo, subtil, não mensurável apenas sensível, nas mãos do pianista e no meu coração.
Encerrarei a maratona Sequeira Costa hoje com o belíssimo concerto para piano de Edward Grieg.
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1 comment:
que bom é ter a nossa vida de concertos!
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