A acção localiza-se no Vale do Ave, durante a segunda grande guerra.
Os temas desenvolvem-se a partir do Vale do Ave, da actividade fabril a que se alia a agricultura de subsistência, a incipiente resistência operária com referência ao comunismo, a polícia política, a medicina no trabalho, o contrabando do café, tabaco e depois do volfrâmio, as diferentes perspectivas do desenvolvimento industrial e do posicionamento político de Portugal na europa.
As personagens são bem caracterizadas, a acção desenvolve-se com desenvoltura embora por vezes denote algum desequilíbrio nos tempos de acção: em determinados momentos ficamos a pensar – como é que já estamos aqui?- e então voltando um bocadinho atrás, e percebemos que em duas linhas se muda complemente a acção, mesmo no espaço e no tempo. Os contextos são bem descritos, percebendo-se a formação em medicina do autor, a sua reflexão sobre o comportamento humano, o conhecimento sobre o modo de produção industrial e sobre a organização social da época.
Pena é que falte a este romance o mais fácil: revisão. Tanto sob ponto de vista conceptual, como sob ponto de vista ortográfico e editorial, existem muitas gralhas, erros, confusões: trocam-se nomes de personagens, escreve-se muitas vezes à e às com acento agudo, contrato com c antes do t serrada em vez de cerrada, para além de algumas gralhas tipográficas.
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