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Saturday, June 06, 2009

Miguel Bombarda

Alguma coisa vai mal na nossa arte. Entro nas galerias e saio e pouco ou nada trago, esqueço logo de seguida. Não sabem desenhar, não sabem pintar, não sabem fotografar e ainda por cima não têm (ou não conseguem) nada para dizer: não há conceito.
Assim me senti hoje em Miguel Bombarda. Claro que há excepções e gostei muito de: Noé Sendas - fotografia manipulada. Depois fazem sentido outras coisas que se encontram perdidas no tempo ou no espaço: Ângelo de Sousa de 1968, uma pintura de José Pedro Croft, alguns trabalhos de João Paulo Feliciano, uma fotografia de João Tabarra, duas esculturas de Francisco Tropa ...
A terminar dois nomes com um trabalho ilustrativo interessante: Raúl Pérez e Fernando Dôres.

Sunday, May 17, 2009

Formas e Energias

Achei muito interessante o modo como está organizada a exposição Formas e Energias - Colecção de Arte Africana de Eduardo Nery, patente até 30 de Junho no Pátio da Galé, Terreiro do Paço.
De passagem por Lisboa e seguindo conselhos avisados, mergulhei no escuro de um espaço reorganizado para acolher esta colecção. Passei da luz ao escuro, dos espaços e das formas. Agrupadas ao sabor dos olhos de um artista ocidental, deixamos para trás o seu valor cultural, histórico e etnográfico, para nos concentrarmos no significado das suas formas. Formas negras, formas luminosas, formas depuradas, formas de sentido extrapolado, exageradas, formas realistas e elegantemente funcionais.
Por isso, um certo desapontamento que senti ao perceber que as peças não estavam datadas, deixou de fazer sentido, porque a exposição assenta na matriz intemporal do significado da forma.

Sunday, March 29, 2009

Ana Fernandes na Árvore

Íamos só tentar comprar um caderno mas fomos surpreendidos pela exposição de Ana Fernandes. A própria lá estava sentada quando entrámos e, depois de dedo e meio de conversa, lá rodámos a sala. De nome Memórias, pelas paredes reconhecemos o humanizar dos objectos e das lembranças. Tudo cheio de um humor sincero e quotidiano. Sinceridade é o que transborda. E humildade. A ver. A ver e sorrir.

Sunday, January 04, 2009

Juan Muñoz

Guardei-me para o fim e fui ouvindo: alguns gostaram muito outros não gostaram nada. Mas não será sempre assim a reacção possível perante uma arte inteira?
Foi assim que eu vivi a exposição de Juan Muñoz – a gostar muito. Tudo certo, tudo no sítio, cuidadosamente concebido e executado para fazer explodir sensações. Caberá também aqui uma palavra para a excelente montagem da exposição, sabiamente disposta no espaço do Museu que nos surpreende sempre, excedendo-se a ele mesmo.
Sobre a figura humana, extremamente humana, repetida muitas vezes, sempre igual e sempre diferente: não é o pormenor que interessa mas a expressão, a pele, o pano, as rugas expressivas, as mãos torcidas e imperfeitas, a ausência de pés. O homem e a sua sombra, a sombra mais poderosa do que o homem, a sombra do homem no contexto, feita texto. O homem sem escala na paisagem urbana, feita com um padrão de chão aflitivo. O minucioso elevador, cheio de movimento, luz e cor, perfeitamente rigoroso. As varandas e os corrimãos, o hotel. Conceptual e preciso, parco e intenso, como os dois minúsculos homens sentados em não diálogo. Percorrer o Museu de Arte Contemporânea de Serralves para conviver com o mundo de Juan Muñoz é entender melhor o nosso mundo para nele, dentro dele, encontrar pedaços de paz.
Cada vez gosto mais de escultura!

Sobre Christopher Wool, depois de Juan Muñoz, uma história que não sei contar.