Friday, July 25, 2008

meia-noite

Deixei-me transportar pelo livro, longo e contraditório, indescritível nas sensações que foi provocando: de espanto, de dúvida, de incredibilidade, de sentimentos ... os últimos capítulos tiveram sobre mim o poder de gerar lágrimas que rolaram lentas na mornidão da casa ao princípio da noite. Ficou a paz comum, feita de coisas comuns, a paz doce da vida que é...
" Aprendemos tantas coisas quando envelhecemos. E, todavia, todo esse conhecimento... tudo isso, desaparece quando morremos. Parece-me um desperdício tão horrível. (...)
" Provavelmente, as lições mais importantes temos de ser nós próprios a aprênde-las sozinhos."
O pastor não viu que o cesto "vazio" estava cheio de lindas coisas do céu , que a mulher lá tinha metido para ambos. " A tampa do cesto são os teus olhos. Quando eu olho lá para dentro vejo coisas "lindas, lindas - tudo aquilo que lá puseste durante toda a tua vida. Até Violeta que conheceste quando eras criança lá está. Está lá para ti sempre que quiseres. Mas o segredo é que ela não pode sair para este mundo. O destino dela é permanecer só dentro de ti. De facto sempre que tentas fazê-la sair ela morre."

Escrito a propósito de Meia-noite ou o princípio do mundo de Richard Zimler

2 comments:

Ninguém said...

... livro escrito no Porto!

maria said...

E grande parte da acção também é aqui nos lugares que nós conhecemos tão bem. Fez-me no entanto espécie a real visão do mundo que o livro desenrola: os personagens passam por África - áfrica do Sul; Londres, Liverpool, Manhatam, Alexandria, no sul dos Estados Unidos, e....isto à volta de 1800!