Peter Zumthor é indefinível, dizem os críticos. O adjectivo que lhe encontram “certo” ou é erro de tradução ou não me parece nada adequado. “Certo” é anódino, é frio, é correcto. Zumthor é suíço, mas não anódino, frio, nem só correcto.
Dizia a Joana que Zumthor é cósmico. A Joana percebeu Zumthor melhor que os críticos. Sim Zumthor é cósmico no sentido em que percebe exactamente qual é o seu lugar no universo e o interpreta enquanto arquitecto. No exercício da profissão Zumthor deixa que a o universo fale através dele: usa a matéria, transforma-a, assumindo por vezes ele mesmo o papel de construtor, participando na construção da obra e vivendo-a.
Mas o que me impressionou mais no que vi foi a liberdade com que ele não é “certo”: ele é o que é, o que lhe apetece ser e o que o contexto humano e físico lhe sugere: por isso encontramos nas suas obras diversidade de abordagem e consequentemente diversidade expressiva. Apesar de suíço, Zumthor fala-nos da terra, das bruxas, do terror, da paz ou de amor… Zumthor é cósmico!
1 comment:
é como um vulcão. a natureza manifesta-se através dele. a natureza. o universo. um obra é uma acção isolada que comporta tudo o que acontece em todo lado. no universo todo. cósmico no mundo, na europa, naquela cidade, naquela aldeia, naquele bocado específico de verde. é isso.
é tudo, em cada ponto, cada intervenção.
(lembras-te de galáxia na coleira do gato? as galáxias nos rugoso do betão, aqui.)
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