Os dias têm-me rodeado de pessoas e de personagens boas. Vêm ao meu encontro pela claridade de trilhos informais. Chegam em livros, filmes, visões, músicas e chegam pelos seus pés realmente reais também. São pessoas e personagens receptivas, invólucros abertos, não fazem juízos, não condicionam o destino pela vontade, não tem desejo e por isso não têm ciúme, sede de poder ou inveja. Qualquer tarefa rotineira é boa e viver pode apenas significar lavar pratos e ouvir, sendo essa uma vida plenamente realizada. Elas estão no meu caminho para me fazerem feliz e fazem-me entender a dimensão da generosidade. É tão significante que sejam reais como inventadas. Quando as leio vejo-as, torno-as reais, para me acompanharem neste percurso de desprendimento e disponibilidade.
Mas as fronteiras são ténues: desprendimento e egoísmo, modéstia e presunção são lados tão próximos quanto antagónicos da mesma verdade.
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