Por estranho que pareça foi o primeiro filme de Gus Van Sant que vi, embora até já tenha escrito sobre outros que não vi, de tal forma este realizador é presente na crítica cinéfila e, de acordo com muitos, portador de uma visão sobre a juventude.
Aqui discordo dos críticos: para eles Gus Van Sant tem uma visão jovem, é mais um deles. Fui ao cinema com um jovem de 16 anos, tal qual o protagonista do filme. Gostou, não o inclui entre os melhores filmes do ano, talvez porque o nosso retrato nos é tão familiar que nunca nos passará pela cabeça que possa ser destacado.
Aqui discordo dos críticos: para eles Gus Van Sant tem uma visão jovem, é mais um deles. Fui ao cinema com um jovem de 16 anos, tal qual o protagonista do filme. Gostou, não o inclui entre os melhores filmes do ano, talvez porque o nosso retrato nos é tão familiar que nunca nos passará pela cabeça que possa ser destacado.
Para mim Gus Van Sant disseca com um olhar adulto e perspicaz a adolescência: mas não são precisas palavras, juízos ou conceitos psico-filosóficos: basta uma câmara, a manipulação do tempo e dos enquadramentos, para nos definir a tristeza, a solidão, ou apenas o desejo de vida, que preenche completamente este miúdo e os outros... Nunca o enquadramento está completo no sentido compositivo tradicional, as caras dos adultos quase não existem, os corpos são vistos pela metade a não ser que interesse destacar qualquer parte para a caracterização do todo. Os movimentos tem o tempo manipulado aumentando-lhes a intensidade dramática, as filmagens são muitas vezes feitas sob ponto de vista da personagem, torcidas, insólitas, apaixonantes como nas cenas de skate. Estas cenas são o sonho, a conquista do tempo e do espaço que qualquer adolescente gostaria de experimentar.
Confirmo que mesmo que este não seja um filme para adolescentes é sem dúvida um filme para os adultos limparem a cabeça de muitos dos preconceitos que a enchem... se forem capazes.
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