Ela é a pianista. Penso... não encontro outra ao vivo. Ela duas vezes: no Coliseu há uns cinco anos e ontem na Casa da música, por ocasião do quarto aniversário. Ela, na mesma. Ela diferente dos outros: pequena diva, efémera, volátil, até ao momento em que se senta e domina o piano e a partitura e nós com ela, poderosos também. Ela é poderosa e subtil, ela é leve e presente, ela quando pára pára e fica o silêncio, que não é silêncio porque é música antes e música a seguir. Ela toca notas que se soltam como pérolas no ar, notas soltas, pedras preciosas que se perdem e nos prendem. Qual foi mesmo o último extra? Eu, inculta, não sei. Mas decerto algum Chopin qualquer com o violoncelo por companheiro. Nele soltaram-se as pedras preciosas que guardei no meu bolso para recuperar na monotonia do dia- a -dia.
Maria João Pires, ontem à tarde, na Casa da Música, por ocasião do quarto aniversário com Pavel Gomaziakov, no violoncelo.
Espero as críticas dos críticos, mas para mim chegou e sobrou para armazenar. Gostei também do décor: a mesa e as velas a arder e o jarro com água.
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1 comment:
Foi um belo concerto, também coloquei algumas impressões no meu "canto". O último extra foi uma música popular catalã, "El cant dels aucells" (O canto dos pássaros" - coloquei no meu blo, com uma interpretação de Pablo Casals.
Saudações, Moura Aveirense
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