Já aqui abordei o tema: família.
Sem nos darmos conta o conceito de família tradicional, pai, mãe e filhos é substituído por outros: famílias mono-parentais, famílias de casais homosexuais, famílias constituídas por irmãos, famílias às quais às vezes se juntam pessoas que sem terem laços de sangue são como se tal fossem ( crianças adoptadas, empregadas que vivem toda a vida nas casas onde prestam serviços,…).
Tudo isto me faz reflectir sobre o que é mais importante na constituição de uma família: os laços de sangue ou os laços afectivos? Uma família é o que é e não a conformidade com um modelo ou um esquema. E as famílias de opção, constituídas por aqueles que nós escolhemos para connosco partilharem tudo na vida, sem papel passado, sem filiação expressa em BI, sem qualquer benefício fiscal, são as mais vivas e as mais reconfortantes, porque assentes na dádiva. Com o pai dos meus filhos estou por opção, enquanto quiser e isso me satisfizer. Aos meus pais e aos meus filhos estarei sempre e visceralmente ligada – e por isso afectiva e efectivamente serei pertença e pertencente.O pai dos meus filhos será sempre uma circunstância na minha vida, os meus pais e os meus filhos uma evidência permanente e inegável. Mas se na minha vida, o pai dos meus filhos é circunstância, na vida deles é evidência e desta forma estará sempre ligado colateralmente a mim!
Dádiva, conceito tão alheio às contemporâneas sociedades: aqui onde tudo tem que ter retorno ou benefício. Agir sem esperar o resultado de agir. Agir como se o momento do acto fosse a única coisa que interessa: porque o que interessa é a coincidência de corpo e mente no presente agindo.
( Há tantas maneiras de expressar isto: Fernando Pessoa, Sophia a par dos gurus orientais que se nos revelam em cada esquina…)
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