Sunday, March 01, 2009

Coelho

Acabei esta semana de ler o terceiro volume da tetralogia de John Updike sobre Harry Angstrom, Coelho. Não lerei para o já o quarto porque não foi editado em português e o meu inglês não justifica tamanho sacrifício de leitura na versão original.
A normalidade em toda a sua irreverrência - a descodificação dos nossos pensamentos mais rasteiros, que não admitimos, que arrumamos para um canto, que cuidadosamente guardamos no limbo das nossas emoções. Aqui estão eles, descritos preciosamente, minuciosamente, com um realismo inacreditável e por isso mesmo extremamente libertador de qualquer culpa. Se o acusam de racista, machista ou misógeno na minha opinião é porque fazem uma leitura preconceituosa e superficial do conteúdo das personagens: elas são o que são, humanas, às vezes estúpidas, às vezes racistas, às vezes inocentes, às vezes preversas - elas são excelentes, são reais.
A leitura de Updike foi uma das coincidências que transformou a minha vida, porquê perguntará quem o leu? Quanto a mim pela maneira como decompõe o comportamento humano, por isso na linha de Proust.
Parece que finalmente me puseram James Joyce no caminho, contra o previsto, iniciarei a leitura de Ulisses.

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