Maia, 30 de Maio de 2004
Queria agradecer-lhe os livros e os poemas que me emprestou, as aulas que deu e os sorrisos que sorriu com olhos. Queria agradecer-lhe o conforto, a ténue segurança e o doce alento que trouxe à minha descoberta interior, que apenas agora comecei, mas que acarreta já dúvidas e medos imensos.
Queria muito explicar-lhe como, nas suas aulas, frequentemente, encontrei o que precisava numa curta frase (palavra, som) de um poema. Queria muito explicar-lhe como, por vezes, essas palavras me apanhavam desprevenida, me secaram lágrimas antigas. Queria dizer-lhe tudo isto, queria mostrar-lhe como estou grata mas, agora que escrevo, tudo me parece incoerente e estupidamente pequeno, comparado com o que sinto. Começo a aborrecer-me com esta incapacidade sucessiva.
“As palavras são pedras”. E são-o realmente. Tornam concreto e plano o que tento dizer. Gosto do silêncio, professora. Faço por não gastar certas palavras. Vou comprar aquele livro também. No entanto, atrevo-me a abusar um pouco mais delas: obrigada por me ensinar a gostar muito de poesia, obrigada mesmo.
Joana
4 comments:
welcome to the rollercoaster ;-)
...porque o ensino é isto. Quantas vezes não o é. Quantos professores não abrem portas, não criam vontade de caminhar, não induzem, mas limitam. Ainda bem que existem algumas ----- -------s, neste mundo para que muitos jovens se tornem adultos.
mãe
Dizia Agostinho da Silva que:"...educar não é levar ninguém a ser isto ou aquilo, não é tentar influenciar de qualquer modo em sua orientação futura, mas dar meios de expressão à sua capacidade criadora e de comunicação, quer ela se exerça lendo e escrevendo quer manualmente num ofício, e sem que se separe uma actividade da outra."
segue já para a ***** *******.
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