Saturday, April 22, 2006

sobre a mesma mistura

Ainda sobre a mesma mistura…aquela que me faz aspirar à eternidade e por momentos vivê-la. Longos momentos da tal beatitude a que só se chega, segundo Damásio ou Espinosa, pelo controlo sobre os estímulos emocionalmente competentes negativos: absorvendo-os para os reduzir, pela sua experiência controlada, criando assim imunidade e deles fazer estímulos emocionalmente competentes positivos. Nesses momentos é possível experimentar a beleza pura, do bem, bem-fazer, bem sentir: interferindo milimetricamente e gratuitamente com os outros (amando), ouvindo Bach ou Mozart, Schubert ou Malher, como diz Damásio, a quem eu neste momento acrescento Keith Jarret ( como poderia acrescentar mais alguns), vendo Miguel Ângelo; experimentando Siza; ouvindo Herberto Hélder; lendo Sophia; olhando o mar ou as pedras de granito em paisagem agreste; conversando simplesmente sobre isto, com…, com…, com… e com.
Outro dos caminhos é a ciência. Sobre esse estou menos informada, mas interessa-me cada vez mais- e na arquitectura vejo, ainda, esse lado potencial.
E finalmente percebendo, por isto e pelo muito mais que se chama esperança, que não estou sozinha.

2 comments:

Anonymous said...

...já não é esperança, é o nexo da própria respiração de um ár futuro que nos faz sorrir um pequeno mas raro contentamento durante alguns instantes de tal viagem ...


V

maria said...

Quem me dera! Mas sim, talvez, não posso dizer que não, depois de tão alta plenitude, que ainda hoje me subtrai ou adiciona a outro lugar" um ar de futuro que nos faz sorrir"...por momentos divinais e para sempre.