A propósito do Prémio Nobel da paz dado a Muhammade Yunus reedito um post de Março.
A propósito de uma outra maneira de encarar a construção da paz, próxima da sabedoria popular " Em casa onde não há pão todos ralham e ninguém tem razão". A paz dos ricos distingue os fazedores da guerra, a paz dos pobres começa quando se acredita na capacidade de eles mudarem os seus próprios destinos dando-lhes meios para viver... e não há paz enquanto houver pobres.
"Hoje estive numa sessão de esclarecimento da Associação Nacional de Direito ao Crédito realizada no âmbito da implementação de um dos projectos escolhidos pela Agenda 21 Local.
Empolgo-me com estas coisas e acredito. Acredito no micro, acredito nos idealistas e sonhadores, acredito na bondade das pessoas! Quanto mais micro, mais acredito.
Dói-me no entanto perceber que este não é um sentimento geral, nem sequer maioritário e ainda nem sequer de uma significativa minoria.
Mas se eu, que nasci do lado bom do mundo, sinto tantas dificuldades para tornar real um projecto, porque não acreditar que a bondade das ideias não depende da dimensão material de um projecto, mas antes das redes de solidariedade que se criam? Pouco importa que o máximo de crédito possível seja € 5000. O relevante é haver uma instituição que garanta a quem precisa dos €5000 o direito a que lhos emprestem. Esse empréstimo implica responsabilidade e confiança, provavelmente o que não é exigível a quem precisa de muitos €5000 para investir ( ou enterrar) em empresas tidas como fundamentais para a recuperação da nossa economia… e que depois, porque se perspectivam à escala global, deixam centenas ou mesmo milhares de trabalhadores ( dependentes) no desemprego.
É tudo uma questão de atitude, para mim, de valores. E poderão estar certos, não sou eu profeta que o digo, que economia social e que valores como os da coesão, são os únicos que nos podem salvar …ou por cegueira, perder-nos definitivamente."
1 comment:
Concordo com tudo.
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