Wednesday, October 04, 2006

a propósito do fecho das urgências

Há algumas alturas da vida em que estamos especialmente débeis. Uma delas é, sem dúvida, quando esperamos do lado de cá de uma urgência de hospital notícias de alguém querido, que do outro lado se debate com a doença, a dor ou mesmo a vida. Por isso não posso aceitar, que estas situações sejam tratadas com a frieza dos números, com a eficiência economicista da boa saúde das finanças de estado. Não posso querer (crer) que tudo seja reduzido a cálculos matemáticos de rácios e distâncias e que por via deles, nos atirem para situações desumanas de mega-hospitais e urgências, onde o conforto humano e mesmo material deixa muito a desejar.

Para quando pensar que quando falamos de seres humanos não podemos apenas reduzir tudo a critérios de eficiência e eficácia? Para quando pensar, que quando falamos de vida e morte, é muito importante e eficaz acolher, ter um ombro para chorar, um espaço para sentir, para abrir a alma e deixar que os homens e os deuses (feitos homens – os nossos médicos são isso muitas vezes) dêem o seu melhor?

1 comment:

Anonymous said...

Aqui vai o famoso estudo/proposta elaborado pelos 11 elementos da comissão técnica. Chamo à atenção para a tabela da pag 22 do documento.






http://www.portaldasaude.pt/NR/rdonlyres/746D21AA-259F-42D4-958E-76ED369F8697/0/PropostaRequalifica%C3%A7%C3%A3oUrg%C3%AAncias_PDF.pdf