Friday, March 02, 2007

slogans

Alguns dos slogans da minha juventude acompanham-me.
“Vida sã e luta dura” é um deles. A minha adolescência caminhou a par com a revolução de Abril. Fui educada nas “escolas” da esquerda e assumi muitos princípios como princípios de vida. Com o tempo aprendi a ser mais tolerante comigo: a fazer concessões à vida sã ( as noitadas, alguns cigarros, o prazer de um bom copo, de um bom cozido…) e à luta dura ( algumas concessões ao dever pelo prazer). Quem me conhece dirá: tretas! Mas não é assim. Simplesmente as concessões são quase sempre derrapagens controladas. Quando não o são, a minha vida anda às cambalhotas! Não se dão conta disso, pois não? Sou uma boa “actriz”, excepto para aquela meia dúzia de eleitos a quem abro a minha alma. Felizmente tenho o privilégio de ter alguns amigos que me aturam.
Tudo isto para dizer que esta semana li no meu signo que deveria ter cuidado. Defendi-me. Dormi mais do que o costume, esqueci-me de algumas tarefas, conversei muito, fui menos vezes ao ginásio e à piscina e…
Hoje estou leve. Corpo? Não tenho, as minhas pernas não existem. A cabeça paira entre a terra e o céu porque tudo está em ordem.
Fui compensada por ti, e por ti também!

1 comment:

Ninguém said...

Haverá por certo hipóteses completas, e palavras de Baudelaire para elas: “Manejar uma língua é praticar uma espécie de feitiçaria evocatória: Homem livre, tu sempre gostarás do mar…”
Mas [cuidado, o vento durante o crepúsculo…! Não deixes a casa conhecida! Etc…] quem se deita como se deitam os amantes e quem acorda como acordam os marinheiros?
Farto de saber que é uma pedra eu digo porém: eis um pássaro, um pássaro-vontade! O que acontece? _____________!
Muito bem, não é um pássaro-vontade é a pedra-da-minha-ideia! O que acontece? _____________!
Vejamos: Eu não digo nada, embora acredite na trovoada ou no rouxinol, e cumpro a aliança que o próprio segredo tem com a antiquíssima Esperança. O que acontece? _____________!
Acontece que não é para narrar que se diz nem o dito narra nada. Há uma dimensão invulgar subjacente à nuvem e ao umbigo, à palavra e ao beijo, ás coincidências e ás frequências, existe certamente uma obscuridade luminosa na indeterminação da autêntica liberdade que não podemos triunfar perante quem duvida. E, claro está, nem interessa saber se estarmos de acordo ou de costas.
Há quem não queira saber senão o que lhe é dito, e, porque jamais desconfiam, valem uma multidão. Nunca ninguém os verá completar uma frase em voz alta. Sim, nunca se aproximam, estão num espaço incerto, tal como os pássaros. Mas… [hesito] não vou dizer, não é necessário!