Monday, July 16, 2007

Lady Chatterley de Pascale Ferran

Fomos ao cinema ver Lady Chatterley, que a Joana já tinha visto. Durante o longo filme uma pergunta pôs-se-me: o que seria possível cortar sem que ele perdesse intensidade? Quando saímos a pergunta surgiu. Também ela se pôs a L.

É difícil perceber como tornar o filme menos longo. É um filme construído de contextos, onde as paisagens, as flores, as ervas, as árvores, as roupas, os gestos, aparentemente supérfluos, participam do erotismo presente –sempre presente e mais presente do que latente. A evolução da relação lê-se nos olhos, nas mãos (impressionantemente animadas dela – finas e grandes - e rudes e directas dele), lê-se em cada passo refeito, em cada repetição do gesto anterior que avança um pouco mais.

Esta é uma história universal e intemporal. Tão nossa – tão perdida num tempo em que a os actos tendem a confinar-se ao presente e à repetição apenas. Aqui o aprender o corpo é a dois, é para além dele, na ousadia da dádiva.

Gostei … gostei muito, apesar do cansaço e vou lembrar-me deste filme muitas vezes para sobreviver ao quotidiano.

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