Não posso fazer qualquer post oficial no site da Trienal porque simplesmente não vi o Pólo I- o Pólo por excelência.
Vi os outros dois. Vi o que me apetecia ver e fiquei com umas réstias de sentimento de culpa, como profissional, por ter cedido à tentação de uma “imperial” fresquíssima numa esplanada em vez de…
Siza é Siza e sabe bem à alma, aparte as fotografias serem más (ou mal impressas) e a Serpentine ter sucumbido ao calor do espaço. A organização do espaço pareceu-me bem e a selecção das obras interessante. Sem a pretensão que é tão comum à nossa colectividade profissional.
O Pólo II, que visitei por interesse pessoal, pareceu-me bem no modo de exposição da secção destinada às áreas metropolitanas. Menos bem quanto ao conteúdo. Levanta-me uma questão: organizar uma exposição mais que projectar a forma é construir o conteúdo de um modo legível e apreensível. Não chega dizer que o tema é o “vazio urbano” e deixar quase totalmente aos participantes a definição do conteúdo. Os textos são cada um de sua nação, compridos e maçadores; os projectos seleccionados muito díspares e pouco coesos no conjunto; a grande percentagem de planos, mal expostos e mal explicados ( e um plano é sempre difícil de explicar). Por isso a exposição parece mais uma feira de vaidades do que uma mostra das áreas metropolitanas. Como pode um projecto como o do Metro do Porto estar ausente, enquanto tal, da exposição? É ou não o projecto mais relevante e mais estruturante da região?
Mas talvez seja mesmo assim: não temos áreas metropolitanas temos conjuntos de municípios, cada um por si.
Do outro lado, na secção destinada ao sector imobiliário, achei a concepção de um mau gosto atroz. Dei umas voltas por entre cortinas e panos tensos para dar de caras com Foster ou outros protagonistas inesperados desta cena. Mas não é hora para percorrer qualquer labirinto, nem momento para descobrir o minotauro- é apenas a I Trienal de Arquitectura de Lisboa.
No Polo I, uns contentores azuis, à entrada expulsaram-me do recinto e fui cair à esplanada para a já apresentada imperial.
Espero que daqui por três anos se volte a realizar, para fazer jus ao nome e para melhorar…
2 comments:
Já tinha dito que meteram o Foster em alhadas...querer fazer efeitos cénicos de reposteiro com qualquer conteudo é no que dá.
Noutros polos são os efeitos sonoros a perturbar, colocados para uma área da exposição mas a serem audiveis da entrada à saida.
e até o pintor do pavimento azul do pavilhão de portugal faz propaganda em cada aresta e em cada degrau.
A exposição é o tema da exposição
Temos que nos habituar, é para ai que vamos...
A exposição do Siza - clara, sem macacadas. Pena o video quase sem som. Queria vê-lo de novo, mesmo mudo, para ver o Siza manusear o lápis azul sobre os desenhos.
Pode ser até que se arranje com som... mesmo assim é encantador!
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