Porque é que eu gosto de arrumar a cozinha?
Já tentamos mudar os hábitos, fazer escalas para contrariar o "machismo" e inverter o secular papel da mãe. Mas, sempre caímos no mesmo. Acabo de jantar e levanto-me. Arrumo escrupulosamente a cozinha, de imediato. Só quando tenho visitas é que a ordem cronológica dos factos se inverte. Então, gosto de ficar sentada na conversa à mesa... mas a cozinha é MINHA. Dá-me uma enorme satisfação fazê-lo diariamente, com o ruído da casa por fundo. Hoje com o meu DJ mais novo (que se está a exceder em imaginação e aprumo)! Nos outros dias, os das visitas, o arrumar da cozinha é o arrumar das ideias. O intervalo que pontua a rotina, que estabelece a ponte para o outro estádio: a leitura, o trabalho, a arrumação lúdica ( aqui entendida como deitar fora jornais, revistas ou livros seleccionando matérias), ou simplesmente a preparação para a noite de sono ou de sonhos!
Boa noite.
Já tentamos mudar os hábitos, fazer escalas para contrariar o "machismo" e inverter o secular papel da mãe. Mas, sempre caímos no mesmo. Acabo de jantar e levanto-me. Arrumo escrupulosamente a cozinha, de imediato. Só quando tenho visitas é que a ordem cronológica dos factos se inverte. Então, gosto de ficar sentada na conversa à mesa... mas a cozinha é MINHA. Dá-me uma enorme satisfação fazê-lo diariamente, com o ruído da casa por fundo. Hoje com o meu DJ mais novo (que se está a exceder em imaginação e aprumo)! Nos outros dias, os das visitas, o arrumar da cozinha é o arrumar das ideias. O intervalo que pontua a rotina, que estabelece a ponte para o outro estádio: a leitura, o trabalho, a arrumação lúdica ( aqui entendida como deitar fora jornais, revistas ou livros seleccionando matérias), ou simplesmente a preparação para a noite de sono ou de sonhos!
Boa noite.
2 comments:
Eu não gosto de arrumar. Gosto é da arrumação. A ordem essencial das coisas. Parece que o universo (leia-se, o meu universo!) apenas funciona quando as coisas estão no seu lugar. Cada coisa tem um lugar que lhe é inerente e fora do qual não faz sentido. E isso, aplica-se a mim, também. Posso ter ideias boas no meio do caos mas não consigo dar-lhes corpo, materializá-las enquanto não ordenar o caos à minha volta. Tento perceber porque é assim. Tento perceber se essa compulsão para a ordem é um reflexo das ideias sexistas a fui sujeita na infância. Ou se pelo contrário, decorre de uma necessidade minha de encontrar um lugar, o meu lugar no universo. A minha ordem.
Eu gosto de desarrumar para arrumar; gosto de ter calor, para sentir a frescura de um banho de mar; gosto da violência do sentimento para colher a paz da rotina...
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