“ A senhora tem um gatinho?” Eram quatro e meia e tinham tocado à campainha dois miúdos. Perguntei de longe o que queriam e o mais pequeno disse-me “ Tem que vir cá”, para de seguida me fazer a pergunta. “Tenho”, respondi. “É que eu queria um gatinho. Já tive um mas fugiu. Já perguntei à minha mãe e ela disse que podia ter um gatinho.”
Iniciamos a caça aos gatinhos. Pequenos, são seis agora. Fugiam, enquanto os miúdos desesperados, tentavam agarrá-los. A minha inabilidade e apreensão não ajudaram nada. Então propus: “ Voltem às sete horas que o meu filho já está e ajuda-vos.” Lá foram tristes. Passado um quarto de hora voltaram a tocar. O miúdo mais pequeno, o que falava e queria o gatinho, já o tinha ao colo. “O senhor aqui do lado ajudou-me a apanhá-lo. Eu disse que podia, que a senhora me dava o gatinho”. “E tu vais tratar bem dele?”, respondeu-me logo “Vou, eu gosto muito de animais”. Perguntei-lhe como se chamava “Eurico”, respondeu-me. “Quando passares aqui à porta toca para me dizeres como está o gatinho.”
Foi embora feliz, senti-o.
1 comment:
não quero mais gatinhos. mas gostava de ter visto esse miúdo. o miúdo do gatinho.
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