“ Decido passar a trabalhar, a partir de Setembro, apenas (ainda) três dias por semana; queria deixar, mais do que o trabalho da quinta, as suas relações humanas; sinto-me vencida por elas - sexo, poder, inveja, confrontação, sentimentos que levados ao paroxismo de um movimento sem paragem, não estou preparada para viver. Se eu pudesse convertê-los em éter, ou tirar o hálito nauseante às bocas.”
Maria Gabriela Llansol; “Finita”; Assírio e Alvim; Edição 0065; Junho de 2005
Na ousadia de um diário, ela, apesar de vencida pelos humanos sentimentos, abre-nos a porta da casa, num vislumbre de paz. Em nenhuma escrita leio, como na sua, o som do ar e da luz, o peso da imanência, a cor do tempo físico, a pacífica melancolia da existência.
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