Segundo Ana Margarida Carvalho, falando sobre cinema, Ítalo Calvino diz que “um clássico é aquele que nunca acaba de dizer o que tem para dizer.”
Tem piada ter lido isto hoje, depois de rever “As Pontes de Madison County”. Agora que sei a história de trás para a frente e que a Francesca não vai nunca abrir a porta do carro, agora que sei que me é impossível não chorar nos últimos trinta minutos e que se pudesse queria ser uma Meryl à espera de um Clint, dou por mim a focar-me em pequeninas coisas que me escaparam de todas as outras vezes. E, paralelamente ao filme que amo, há um pequeno filme diferente sempre que o vejo. O pequeno filme é o que me revela novas e pequenas coisas, que me centra de novo a atenção, que me volta a encher por completo ou, talvez, ainda mais. Segundo Calvino estarei, então, perante um clássico. Desculpe-me Calvino, mas não preciso que mo digam, nem mesmo Calvino! Será que se continuar a ver As Pontes de Madison County ele continua a desabrochar e desabrochar e desabrochar?
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
No comments:
Post a Comment