Thursday, November 30, 2006
Wednesday, November 29, 2006
esta manhã
Encontrei A. no espaço cinzento e verde, do interior para o exterior do lugar. Encontrei-o vivo e apaixonado. Disse-lhe: “Mas é bom estar apaixonado?” Ele respondeu-me “Eu não estou apaixonado”, mostrando um certo incómodo de menino adolescente apanhado em falta. Gostei de ver vontade de recomeçar sempre, atabalhoadamente, como se da primeira vez se tratasse. Repegar a vida para de novo a reinventar, noutro cenário, como se não houvesse tempo.
A sua vivacidade amainou a minha intolerância e construiu o discurso coincidente, sem precisar de mais, apenas deixando-me levar.
A sua vivacidade amainou a minha intolerância e construiu o discurso coincidente, sem precisar de mais, apenas deixando-me levar.
Tuesday, November 28, 2006
o lado sexista
Comentemos então o lado sexista da questão. O que me impressionou foi exactamente Susan Sontag afirmar peremptoriamente que os homens apenas se interessam pelas mulheres enquanto elas mantêm a frescura da idade e atractividade física. Ou seja, uma mulher quando envelhece deixa de ser interessante, sob um ponto de vista integral e único para o homem. Porque este desinteresse, ou o seu interesse tem sempre como porta de entrada a atracção sexual. Os homens chegam além, apenas quando a partir desse interesse são levados mais longe? Apenas tendo como finalidade essa satisfação? Esta incapacidade de, em qualquer idade a mulher manter para o homem interesse sexual, é um sinal de imaturidade, por parte dos homens, que me custa a admitir. Mas ela admite-o e afirma-o. A relação amorosa plena conseguida por parte destas duas mulheres, segundo pelo menos o prisma de Annie Leibovitz, só é possível porque as mulheres ultrapassam o preconceito e os códigos, admitindo a beleza mesmo num corpo marcado pela idade. Mesmo assim, ainda assim e talvez mais assim, a pessoa humana consegue a plenitude porque alia num só ser a experiência e a sabedoria num corpo admitido e vivido como belo. Consegue a unidade do dual que sempre nos conforma. Mas as próprias mulheres admitem e pensam que a idade as mata como seres sexualmente desejáveis. Desvalorizam-se, desleixam-se e hipotecam a sua atitude perante esta ideia universalmente assumida.
Mas se tal é verdade, o que me custa a admitir, então o caminho será o seguido por estas duas mulheres, amando-se integralmente até à morte, deixando sobrevir o luto e a saudade não dos tempos idos, da memória do que fomos, mas daquilo que hoje e em qualquer idade somos. Sempre belas enquanto integrais.
Mas se tal é verdade, o que me custa a admitir, então o caminho será o seguido por estas duas mulheres, amando-se integralmente até à morte, deixando sobrevir o luto e a saudade não dos tempos idos, da memória do que fomos, mas daquilo que hoje e em qualquer idade somos. Sempre belas enquanto integrais.
Monday, November 27, 2006
sem título, apenas porque não o encontro
Li um interessante artigo na Pública (emprestada) que por isso cito de memória e que suscita esta reflexão. Era sobre Susan Sontag e Annie Leibovitz. Esta falava na sua bonita história de amor que vivera durante quinze anos com a primeira. Dizia, Susan Sontag, que era bi-sexual. Quando começou a envelhecer e deixou de suscitar interesse para os homens, foi com as mulheres que ela reconheceu a profundidade das relações. Porque as mulheres a partir dos quarenta anos desabrocham e atingem toda a intensidade.
Não quero comentar pelo lado sexista da questão. Nem quero comentar para me auto-consolar com a passagem dos anos.Mas porque é que só chegamos lá, pelos quarenta? E porque é que as marcas da idade no corpo nos tornam menos interessantes (tanto a homens como a mulheres)?
A dificuldade em lidar com a passagem do tempo é sem dúvida uma das principais características da sociedade actual. Pelos quarenta, tudo se ganha ou tudo se perde. A vida ganha a luminosidade da auto-confiança ou entra na obscuridade do medo da decadência. Não ouvimos muitas vezes “ Depois dos trinta e cinco é sempre a cair.”? Por isso tenho necessidade de repetir muitas vezes aos mais novos, aquilo que para mim é um dado completamente adquirido e um lugar comum: a experiência de vida, vivida com paixão e reflexão, transforma as pessoas e torna-as seres cada vez mais encantadores e bonitos. Recuso o eufemismo daqueles que vendo um velho dizem “o que interessa é a beleza interior”. Um velho, uma velha são também bonitos, aprendamos a vê-lo. Felizmente verifico que transmito qualquer coisa e gosto de ver J. guardar carinhosamente, como algo de muito precioso e belo, uma fotografia de Pina Bausch. Ou de ver P. abraçar carinhosamente a avó, dizendo que ela é tão bonita como a Jane Fonda.
Trabalhemos para isso.
Não quero comentar pelo lado sexista da questão. Nem quero comentar para me auto-consolar com a passagem dos anos.Mas porque é que só chegamos lá, pelos quarenta? E porque é que as marcas da idade no corpo nos tornam menos interessantes (tanto a homens como a mulheres)?
A dificuldade em lidar com a passagem do tempo é sem dúvida uma das principais características da sociedade actual. Pelos quarenta, tudo se ganha ou tudo se perde. A vida ganha a luminosidade da auto-confiança ou entra na obscuridade do medo da decadência. Não ouvimos muitas vezes “ Depois dos trinta e cinco é sempre a cair.”? Por isso tenho necessidade de repetir muitas vezes aos mais novos, aquilo que para mim é um dado completamente adquirido e um lugar comum: a experiência de vida, vivida com paixão e reflexão, transforma as pessoas e torna-as seres cada vez mais encantadores e bonitos. Recuso o eufemismo daqueles que vendo um velho dizem “o que interessa é a beleza interior”. Um velho, uma velha são também bonitos, aprendamos a vê-lo. Felizmente verifico que transmito qualquer coisa e gosto de ver J. guardar carinhosamente, como algo de muito precioso e belo, uma fotografia de Pina Bausch. Ou de ver P. abraçar carinhosamente a avó, dizendo que ela é tão bonita como a Jane Fonda.
Trabalhemos para isso.
Saturday, November 25, 2006
Friday, November 24, 2006
rendo-me às novas tecnologias
A novidade do dia. Descobri a minha salvação. Quem me conhece de perto sabe que à sexta-feira digo: “Detesto fazer compras. Detesto hipermercados, mas perto da minha casa só tenho hipermercados.”
Feliz coincidência: ontem à noite perdi-me da net a fazer as compras on line. Passe a publicidade, fui primeiro ao Jumbo, que é o hipermercado mais próximo da minha casa. Não me entendi. Registei-me, mas quando cheguei a “vias de facto” tinha que escrever nome a nome os produtos que queria e desisti. Sei lá o nome dos produtos que compro! Conheço-os pela forma e pela cor e escolho-os pela composição e pelo preço. Experimentei o Continente. Perdi uma hora e pouco, mas era a primeira vez. Fiquei excitada, contei a toda a gente e hoje…
Chovia torrencialmente como sabem. Atravessei a tempestade e entrei em casa às dezassete horas. Fechei as portas e deambulei em tarefas domésticas. Os filhos fizeram-me companhia à distância. Aquela distância do conforto sem intromissão. As compras chegariam entre as 18.30 e as 20.30h. Estava na expectativa. Às 20.25h tocaram à campainha. Abri a porta e vi uma carrinha do Continente, com um homem exausto, sobrevivente à chuva e ao vento, com os sacos das “minhas” compras. O peixe arranjado. A fruta bem escolhida. A máquina do Multibanco na mão.
Feliz coincidência: ontem à noite perdi-me da net a fazer as compras on line. Passe a publicidade, fui primeiro ao Jumbo, que é o hipermercado mais próximo da minha casa. Não me entendi. Registei-me, mas quando cheguei a “vias de facto” tinha que escrever nome a nome os produtos que queria e desisti. Sei lá o nome dos produtos que compro! Conheço-os pela forma e pela cor e escolho-os pela composição e pelo preço. Experimentei o Continente. Perdi uma hora e pouco, mas era a primeira vez. Fiquei excitada, contei a toda a gente e hoje…
Chovia torrencialmente como sabem. Atravessei a tempestade e entrei em casa às dezassete horas. Fechei as portas e deambulei em tarefas domésticas. Os filhos fizeram-me companhia à distância. Aquela distância do conforto sem intromissão. As compras chegariam entre as 18.30 e as 20.30h. Estava na expectativa. Às 20.25h tocaram à campainha. Abri a porta e vi uma carrinha do Continente, com um homem exausto, sobrevivente à chuva e ao vento, com os sacos das “minhas” compras. O peixe arranjado. A fruta bem escolhida. A máquina do Multibanco na mão.
Encontrei a minha felicidade. Vou apurar o sistema e… espero que nunca mais me encontrem num hipermercado.
Thursday, November 23, 2006
Recursos humanos
Ás vezes custa-me usar a palavra recurso para os humanos. Sinto que é como profanar uma alma. Reduzi-la ao simples aspecto material de recurso. Somos usados para produzir riqueza e valemos enquanto produtores dessa riqueza. Mergulho e volto à superfície. Tateio a água e com os movimentos contínuos do corpo ando para a frente: 25, 50, 1250 metros algumas manhãs por semana. Acompanham-me pensamentos variados e variáveis, concretos e inconfessáveis. Penso nos amigos, nos "recursos" que vou conhecendo lentamente e com gosto. Uns mais à frente no percurso do conforto. Outros que intuo e que me proporcionam momentos inolvidáveis. É bom. Os recursos humanos são matéria prima para a vida. A melhor matéria prima. Sem ela nem os diamantes, nem o petróleo, nem o ouro tem qualquer significado. Lido com a melhor matéria prima e só ela me conforta quando estou triste. Hoje não é o caso, felizmente.
Wednesday, November 22, 2006
o desenho
Gerir o correio. Gerir o blog. O tempo é curto, mas ainda dá para apreciar uns bonitos desenhos e pensar: há quatro anos isto não pareceria possível. Na realidade bloqueamos os nossos meios expressivos, não desenvolvemos as nossas capacidades e perdemos o modo de nos transcendermos. O desenho é disso o exemplo mais claro. Os nossos programas escolares não ajudam a vencer as barreiras que nós próprios criamos quando o nosso modo de representação da realidade já não nos satisfaz. Até aos 8, 9 anos o desajuste entre o que representarmos e o que quereríamos representar não nos assusta. O desenho está bem, deixa a criança em paz. Depois a consciência da incapacidade dos meios e modos de representação face à nossa vontade limita e bloqueia. O salto acontece quando o domínio da técnica acompanha a expressão e tudo é possível. Muito trabalho, muita concentração, muita perseverança.
Agora o desafio é romper a representação para deixar sobrevir a alma, quero ver… .Porque agora sei que este é o caminho certo para, a partir de dentro, perceber o que está fora e oferecer ao mundo um belo pedaço de outra “realidade”.
Agora o desafio é romper a representação para deixar sobrevir a alma, quero ver… .Porque agora sei que este é o caminho certo para, a partir de dentro, perceber o que está fora e oferecer ao mundo um belo pedaço de outra “realidade”.
Tuesday, November 21, 2006
Caminho para o Comboio

Os posts que se seguem são acerca do caminho que fiz até ao comboio, no Domingo, para almoçar em família. Ainda não tenho os desenhos todos que quero, portanto é normal que estes desenhos vão aparecendo aqui ao longo dos dias e, talvez, meses. O almoço e a casa, no Domingo, souberam-me bem. O passeio também. Os desenhos também.
Tuesday, November 14, 2006
O tempo vertical da Beleza
Conta-mina
Evito falar. Apenas escrevo que não sei ainda muito bem lidar com o que vi o que ouvi.
Estava muito suspensa, muito expectante e fiquei em estado de choque. Não me apetece ler, não me apetece trabalhar, não me apetece ouvir música…há ainda um espaço ocupado na minha vida que não pode ser preenchido por mais nada a não ser pelo silêncio e pelo olhar brilhante de quem lá esteve… ou pela intuição de quem não esteve mas sabe. Conta-mina.
Keith Jarrett, Jack DeJohnette, Gary Peacock, CCB, 13 de Novembro
Estava muito suspensa, muito expectante e fiquei em estado de choque. Não me apetece ler, não me apetece trabalhar, não me apetece ouvir música…há ainda um espaço ocupado na minha vida que não pode ser preenchido por mais nada a não ser pelo silêncio e pelo olhar brilhante de quem lá esteve… ou pela intuição de quem não esteve mas sabe. Conta-mina.
Keith Jarrett, Jack DeJohnette, Gary Peacock, CCB, 13 de Novembro
Sunday, November 12, 2006
A banalização mata o desejo
Gostei de ouvir Francisco Allen Gomes dizê-lo, não porque a ideia seja nova para mim, mas porque me dá a oportunidade de voltar aos meus temas queridos e expô-los assim, claramente neste blog. Porque ele foi extremamente claro ao dizer que a sequência imediata do sentimento de desejo e da sua consumação não permite qualquer elaboração mental, qualquer efabulação, qualquer fantasia ou sonho, que alimentam, neste caso concreto o erotismo e a capacidade de qualificação de um acto. É esta curta distância temporal que leva à banalização, à necessidade de procurar outra experiência totalmente nova para repetir sempre a mesma pobreza de gesto. Mas é esta talvez a principal diferença entre o sexo animal e o sexo humano. Por isso estamos encurralados pela cultura e pela sociedade. Pela cultura porque não nos é permitido satisfazer, como os animais, a nossa necessidade sexual à medida da vontade, perdemos a original periodicidade sexual. Pela sociedade, entendida aqui como sociedade de consumo, porque vivemos uma época de valorização do descartável – usar e deitar fora, mesmo quando romanticamente encontramos o par da nossa vida. Talvez esta seja uma das principais razões dos nossos fracassos individuais e colectivos e uma das principais causas das cada vez mais frequentes depressões.
Saber incorporar como parte da construção do nosso eu a recusa, integrar o não, perceber o tempo, é um modo de viver distante da cultura ocidental. Por isso bebemos avidamente a orientalidade, ainda que percebida com os nossos ocidentais olhos.
Saber incorporar como parte da construção do nosso eu a recusa, integrar o não, perceber o tempo, é um modo de viver distante da cultura ocidental. Por isso bebemos avidamente a orientalidade, ainda que percebida com os nossos ocidentais olhos.
assimilação
(republico este post, que pus há quatro dias, porque por inabilidade retirei-o do site)
Aprendi com 14 anos, nos bancos da escola que o que distinguia um ser vivo de um ser inanimado era a sua capacidade de assimilação. A minha professora de Ciências da Natureza, Valentina Sereno, empolgava-me, nas aulas que me oferecia no anfiteatro do Carolina Michaëlis.
Nunca mais esqueci este conceito, que me acompanha e relembro desdobrando-o em conselhos que orientam o meu dia-a-dia.
Adapto-o a circunstâncias que nada tem a ver com o princípio. Vamos ver se me consigo explicar. Andamos sempre à nossa procura. Aquilo que os outros vêem de nós, também somos nós, embora não seja a ideia que de nós fazemos. Somos sempre diferentes a cada instante para nós e para os outros. O importante, para a nossa a estabilidade é que estas relações sejam de um equilíbrio instável. Por isso penso que mais importante do que o que os outros pensam de mim é que eu pense que eles pensam bem – que sou amada. Ainda que seja apenas uma ideia minha. Por isso a minha felicidade não depende da verdade. Verdade- conceito estéril e redutor. Depende antes da verdade que ficciono e do modo como a assimilo – a incorporo como minha. Por isso os sentimentos que nutro por outros são apenas meus. Concedem-me paz e bem-estar porque eu sinto que para mim é muito bom gostar, independentemente daquilo que o outro lado pensa, ou sente. Posso construir uma imensa plenitude, vista do meu lado, ainda que do outro assim não seja, pelo menos não é certamente como do meu. E voltando a uma ideia já aqui explorada, ainda bem que não se medem sentimentos, porque senão teríamos uma tirania na medição do gostar. Poderia dizer objectivamente, eu gosto mais do que tu, por isso quero retorno, senão sofro, ou por isso estou primeiro.
Mas não, eu gosto à minha maneira e tu à tua, vocês à vossa. A única medida que tenho é a do conforto e do gosto que me dá sentir um olhar quente, um toque, uma palavra, mais longe um silêncio povoado…
Assimilar, incorporar o gosto dos outros na nossa vida, ainda que seja apenas a nossa maneira especial de o entendermos…
Nunca mais esqueci este conceito, que me acompanha e relembro desdobrando-o em conselhos que orientam o meu dia-a-dia.
Adapto-o a circunstâncias que nada tem a ver com o princípio. Vamos ver se me consigo explicar. Andamos sempre à nossa procura. Aquilo que os outros vêem de nós, também somos nós, embora não seja a ideia que de nós fazemos. Somos sempre diferentes a cada instante para nós e para os outros. O importante, para a nossa a estabilidade é que estas relações sejam de um equilíbrio instável. Por isso penso que mais importante do que o que os outros pensam de mim é que eu pense que eles pensam bem – que sou amada. Ainda que seja apenas uma ideia minha. Por isso a minha felicidade não depende da verdade. Verdade- conceito estéril e redutor. Depende antes da verdade que ficciono e do modo como a assimilo – a incorporo como minha. Por isso os sentimentos que nutro por outros são apenas meus. Concedem-me paz e bem-estar porque eu sinto que para mim é muito bom gostar, independentemente daquilo que o outro lado pensa, ou sente. Posso construir uma imensa plenitude, vista do meu lado, ainda que do outro assim não seja, pelo menos não é certamente como do meu. E voltando a uma ideia já aqui explorada, ainda bem que não se medem sentimentos, porque senão teríamos uma tirania na medição do gostar. Poderia dizer objectivamente, eu gosto mais do que tu, por isso quero retorno, senão sofro, ou por isso estou primeiro.
Mas não, eu gosto à minha maneira e tu à tua, vocês à vossa. A única medida que tenho é a do conforto e do gosto que me dá sentir um olhar quente, um toque, uma palavra, mais longe um silêncio povoado…
Assimilar, incorporar o gosto dos outros na nossa vida, ainda que seja apenas a nossa maneira especial de o entendermos…
Friday, November 10, 2006
alma de poeta
(…) Onde pode refugiar-se um homem que verdadeiramente pensa, no chamado “mundo real” como se pode ele defender contra a estupidez se não pela prática constante do equívoco? Responda-me. Sobretudo um poeta. Um dia disse: “ Os poetas não tomam verdadeiramente a sério as ideias e os homens. Consideram-nos um pouco como um paxá olha para os membros do bem fornecido harém. São bonitas, sim. Destinam-se a ser utilizadas. Mas não se põe o problema de serem verdadeiras ou falsas, ou de terem alma. Desta maneira, o poeta preserva a frescura da visão, e considera tudo milagroso. Era isso que Napoleão queria dizer quando descrevia a poesia como uma science creuse. Tinha completa razão do seu ponto de vista”. (…)
Durrell, Lawrence; Quarteto de Alexandria; Volume 2 “Baltasar”; Ulisseia; 1991
Durrell, Lawrence; Quarteto de Alexandria; Volume 2 “Baltasar”; Ulisseia; 1991
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