Wednesday, September 13, 2006

conversas

Dizia a Joana: “ Já deixavas de fazer posts sobre a Grécia…”.
Decisão quase impossível quando ainda sonho com os deuses.
Mas possível. A Grécia sobreviverá e revelar-se-á ao longo de muito tempo, em muitos posts e em muitos pedaços de vida, daquela que recomeçou espessa. Por isso deixarei de explicitamente falar sobre a Grécia.
Tenho vários tipos de conversas que me sustentam: as que me são exteriores, sociais ou como se diria noutras épocas, de salão; as que são puramente mentais, que pratico como um exercício de matemática, só mente e especulação (que me excitam e elevam) e nada têm de material; as que pratico como um jogo interactivo, que puxam pontas, que ficam suspensas à espera de alguém que as agarre; e as que me envolvem totalmente, me deixam frágil, em que confidencio e exponho toda a minha pessoa– viscerais. Todas me são essenciais e todas me definem. Em todas me realizo. As últimas, as mais difíceis e mais raras, funcionam como terapia: são a memória freudiana perdida e relevada. Porque também fui aprendendo o logro da psicanálise. Mas às vezes fazem-me muita falta, para me compreender e para, a partir da consciência negativa, me valorizar. Não são muitos os espaços em que podem acontecer, porque só podem ser concebidas num lugar de amor incondicional, tão longe das nossas práticas sociais.

1 comment:

Anonymous said...

Compreendo perfeitamente ... faz parte desta "Viagem"