O caminho da vida é o caminho que nos conduz à solidão. Aqui entendida como a capacidade e o beneficio de estarmos sós. Capacidade, porque para muitos de nós, é uma qualidade que se conquista. Benefício, porque quando conquistada se torna realmente uma benesse. Deste estado não se exclui, porém, a metódica necessidade de confrontar com outros o nosso corpo e o nosso espírito. Porque esse nirvana da reclusão escolhida será ainda, talvez, o passo seguinte. Por isso, quem pensa e não tem medo de encetar viagens, conclui que este é um estado necessário e visceral, etapa próxima e obrigatória para quem começa do lado contrário - o ninho da família natural e opcional.
É cada vez mais assim. Somos sempre mais unos e íntegros, integrais, quando capazes de desmontar por peças os nossos sentimentos, tornando-os compreensíveis para nós próprios – então podemos sublevá-los em virtude. Somos cada vez mais universais e desprendidos, quando entendemos o que diz David Mourão Ferreira: “ Fica onde estás, ó meu passado,/e não ensombres o presente!/ Mas de tão mísero e humilhado/ torno-me quase transparente/ - quase alado!” Capacidade e benefício.
1 comment:
só
mas não só
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se ao sol e nenhuma
sombra
de si mesmo
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mas mãos e mãos
amtepostas matinalmente perante
a argola da luz
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quando a sonhar ainda e só
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no alto da milésima montanha.
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