Tuesday, September 19, 2006

a tempestade....

…continua a tempestade. Morro de sono e de cansaço febril. Convoquem-me, levem-me, tirem-me daqui, nem que seja por um momento, uma gargalhada, um tema,…
Este parece ser o único lugar de desabafo e… mesmo assim, ainda vou trabalhar. Pergunto: o que faço da minha vida? Vale a pena?
Comentem por favor, porque esta é também uma maneira de me convocarem.

3 comments:

joana said...

As coisas importantes só olhas uma vez
mas sua imagem se repete muitas vezes dentro de ti
como um eco.

As coisas importantes que estão dentro de ti
e se repetem constantemente
já não estão presas ao que olhaste atento
mas no silêncio que tens dentro
se libertaram e tornaram incertas.

As coisas importantes no teu dentro
só já a ti pertencem
e nada do que está fora de ti as lembra agora.

As coisas importantes metes numa caixa
que com paciência vais abrindo aos poucos
para esqueceres as muralhas de outro tempo.


Jall Sinth Hussein

Anonymous said...

"Devemos andar sempre bêbados.
É a única solução.
Para não sentires o tremendo fardo do Tempo que te despedaça os ombros e te verga para a terra, deves embriagar-te sem cessar.
Mas com quê?
Com vinho, com poesia ou com a virtude, a teu gosto. Mas embriaga-te.
E se alguma vez, nos degraus de um palácio, sobre as verdes ervas de uma vala, na solidão morna do teu quarto, tu acordares com a embriaguez já atenuada, pergunta ao vento, à onda, à estrela, à ave, ao relógio, a tudo o que se passou, a tudo o que gemeu, a tudo o que gira, a tudo o que canta, a tudo o que fala, pergunta-lhes que horas são: "São horas de te embriagares. Para não seres como os escravos martirizados do Tempo, embriaga-te, embriaga-te sem cessar! Com vinho, com poesia, ou com virtude".

Charles Baudelaire

Anonymous said...

«... o ocorrido ontem, aberto hoje, dissipado e consumido pela noite que lhe incidiu_______negro-entre-tanto-neutro, dúctil-antídoto-silêncioso_______ deixou de ser o que era?
… ontem, não obstante nada, era uma irritação tremenda, toda a parecer-se um topázio pérfido.
Embora tenha começado um post, abstive-me.
… ocorrido ontem, ocorreu sobretudo dentro da vontade – a vontade é um trapézio que há dentro do topázio que contem o sonho – não vigora se preferir mos a amnésia das coisas – o vigor da nossa voz é movido pela ascensão do pêndulo da maré que – e o amuleto melhor é o próprio sorriso de quem está a erguer, ainda que a obra sejam tão só frisos de pétalas para enfeitar o caminho da procissão que se honra.
… ontem não é apenas o último dia, é cada um dos que se amontoam no adro do esquecimento.
… dia primeiro da esperança é sempre um dia por vir (porvir) enquanto ela cresce, e um dia cada vez mais passado quando ela diminui. Aparentemente. Os peixes sabem-no porque não a utilizam para nada(r).
Ora, é preciso não duvidar em demasia da certeza da (in)certeza.
… ontem, sob a estrofe laboral, no lugar da vontade ser lidada - pelos cornos - eu duvidava, duvidando de factos fulcrais
… e uma estrofe dessa causa geral se vem fazendo da própria duvida que pressiste:
… vale a pena?»

Escrito ontem, perante o dia anterior sucessivo, e não inserido.

Não me identifico para não me identificar totalmente com o que digo, também hoje, apesar de ser idêntico ao que já tenho dito.