Sunday, December 17, 2006

Gilberto Gil

A cultura brasileira sempre me fez alguma confusão. Acho que é a leveza que o sol carrega que os torna tão diferentes e que me faz temer a ligeireza com que andam a vida. Pouco importa. Aos poucos aprendo a gerir a intolerância e a abrir-me às verdadeiras manifestações de beleza que vêm do país irmão.
Foi assim que entrei no Auditório da Reitoria da Universidade de Aveiro. Primeiro, sem lugares marcados e temendo que os estudantes deitassem tudo a perder (por vezes, têm uma certa tendência a fazê-lo, lá com as capas pretas e aquelas coisas todas que não compreendo, cheios de uma etiqueta e normas estranhas –sou estudante.); segundo, com a melhor companhia possível, que me adoçou o início de fim de semana (sou menina).
E Gilberto encanta. E as pessoas respeitam e, depois, vibram. E Gilberto vibra também, com as mãos e com o rosto e com a voz. Às vezes, com um cruzar de pernas. Nota-se nas sombras. Em vão tentei desenhar, em vão tentei agarrar as frases mais bonitas das letras, em vão tentei anotar o que via em mim e o vibrar em ti.
O concerto ainda cresce. Todos os bocadinhos. O seu tom melancólico, por vezes, o seu êxtase febril. E o balanço. Tudo é ainda tão fresco. Que cresça, que cresça sempre.

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