Morrem os nossos poetas queridos.
Os nossos poetas queridos nunca morrem.
Morrem para nós quando nós morremos.
Das Lágrimas
A pequeníssima aranha assusta
a criança que eu estava a olhar,
e chora. “ Meu duplo filho,
não temas a imensa labuta
da caçadora de insectos.
Ela estende uma rede, tão frágil
que a podes romper com o menor dedo.
A menos que, antes do gesto, encontres
a beleza do tecido luminoso,
quando a aranha ofende o Sol
roubando-lhe alguns raios,
ou a beleza da água que ela retém,
como diamantes sem preço,
rosácea de lágrimas.” Fiama Hasse Pais Brandão
"Sobre a sua obra poética escreveu o também poeta António Ramos Rosa: "Fiama sente a inextricável complexidade do mundo e a sua perplexidade perante ela é permanente, embora não passiva. Essa perplexidade não paralisa a investigação activa do real, antes parece estimulá-la e desenvolvê-la"."
retirado de www.rtp.pt