Saturday, January 20, 2007

Fiama

Morrem os nossos poetas queridos.
Os nossos poetas queridos nunca morrem.
Morrem para nós quando nós morremos.

Das Lágrimas

A pequeníssima aranha assusta

a criança que eu estava a olhar,

e chora. “ Meu duplo filho,

não temas a imensa labuta

da caçadora de insectos.

Ela estende uma rede, tão frágil

que a podes romper com o menor dedo.

A menos que, antes do gesto, encontres

a beleza do tecido luminoso,

quando a aranha ofende o Sol

roubando-lhe alguns raios,

ou a beleza da água que ela retém,

como diamantes sem preço,

rosácea de lágrimas.” Fiama Hasse Pais Brandão


"Sobre a sua obra poética escreveu o também poeta António Ramos Rosa: "Fiama sente a inextricável complexidade do mundo e a sua perplexidade perante ela é permanente, embora não passiva. Essa perplexidade não paralisa a investigação activa do real, antes parece estimulá-la e desenvolvê-la"."

retirado de www.rtp.pt


1 comment:

Ninguém said...

triste!