Explico-me:
- Não se pode ver um espectáculo de cabaret na Casa da Música. Por mais que Ute Lemper tente reproduzir o ambiente, é tudo teatro. Não há envolvimento, soa a falso.
- Não gostei do conteúdo: uma salgalhada – Kurt Weil, Edit Piaf, Jacques Brel, Leo Ferré, pop de Berlim dos anos 80, Lili Marleen,…tudo cosido por uns apartes, ditos por ela num inglês mal dito, à alemã ( e o francês ainda era pior);
- Os músicos que acompanhavam eram “quadrados” e completamente fora de contexto no que se refere ao aspecto físico e comportamento: um de sapatos de atacador e fato, outro de tshirt, outro parecia um gorila musculado, o outro, um músico de flamengo.
Ela, já sabemos que canta bem, profissionalmente, mas sem alma. Tem uns braços espantosos, longos e expressivos. Soube-me a artista de circo em fim de carreira.
Tive saudades da Laurie Andersen – uma verdadeira senhora, bicho de palco e sempre a surpreender-nos.
No fim o Pedro quase me fez passar vergonhas porque dizia alto "Margarida Rebelo Pinto, Margarida Rebelo Pinto..."
Ute Lemper foi-me essencial para perceber que não gosto de tudo o que me dão, ainda que venha com o selo de qualidade.
No comments:
Post a Comment