Tuesday, July 31, 2007

O Silêncio dos Livros

Não sei se sou capaz de contar a reviravolta que este pequeno ensaio provocou. O amor pelos livros, a paixão pelos livros – senti-me retratada, senti-me possessa, percebi como a leitura (não leitura de trabalho) toma conta de mim e me ilude, transporta, me abre o tal “silêncio só meu” que posso manter fazendo as tais outras tarefas diárias: o que li continuará fervilhando no meu pensamento.

“ O erudito, o verdadeiro leitor, o fazedor de livros, vive saturado pela intensidade terrível da ficção. Por formação, fica predisposto a identificar-se de maneira mais intensa com as realidades textuais, com a ficção.” George Steiner, mas também Michel Crépu, na reflexão centrada em Em Busca do Tempo Perdido, que ainda me perde.

“ O que é a literatura? Um lugar que não é lugar, um tempo que não se mede pelo tempo, uma língua que não é linguagem. Esse lugar, esse tempo e essa língua podem tornar-se objecto de desejo, permitem pressentir uma forma particular de conhecimento, ou talvez de revelação” Esse vício ainda Impune, Michel Crépu integrado no "Silêncio dos Livros" editado pela Gradiva em Junho de 2007.

3 comments:

Ninguém said...

Vou lê-lo, mas apenas quando estiver (temporariamente)longe dos meus outros livros.Algo me diz que o devo ler longe de casa...

Ninguém said...

Após 250 mil mortos e 2 000 000 de desalojados ... soldados de interposição no DARFUR.
Steiner, de escendência judaica, (suponho) tem insistentemente colocado o silêncio dos eruditos, dos intelectuais, (não chega propositadamente a interpelar os governantes)perante a vergonha civilizacional. Talvez valha a pena rever os desenhos das crianças do Darfur que revelam a pérfida estética da morte com uma "negligência", com uma "inocência" verdadeiramente inatacáveis.

Movimento Pela Net Mais Barata said...

As palavras fazem toda a diferença sobretudo quando é para mostrar a nossa opiniao e reivindicar coisas melhores. no nosso caso usamo-las para criticar e denunciar a net cara. assinem o nosso manifesto.