Monday, September 26, 2005

Björk no Meco, 05.07.03

A longa noite do festival de músicas electrónicas do Meco, pródigo em intermináveis filas de trânsito (10 km delas, duas horas para chegar) e em líquidos a preços de 2025 (1,5 € por imperial ou garrafa de água – o mesmo preço dos cachorros quentes picantes em promoção leve-dois-pague-um no já mítico bar/atrelado Psicológico), valeu pela actuação da Björk. Ao seu lado direito, uma secção de cordas e uma harpa; à esquerda uma parafernália de máquinas e respectivos geeks. No meio, a minúscula (e lindíssima) Björk a colar as duas ambiências. Inteligentemente (ao contrário dos senhores que se seguiram), optou por uma actuação menos popzinha a favor de mais experimentação e total entrega. Os ritmos quebravam-se e ressurgiam, a voz ia a sítios quase impossíveis e as explosões tornavam-se verdadeiras apoteoses, com direito a fogo de artifício (literalmente). Resultado: o público via-se na obrigação de estar concentrado; era apanhado de surpresa a cada instante. A actuação pautou-se precisamente pelo uso e abuso do factor surpresa até no que se refere ao alinhamento. Durante a maior parte do concerto, Björk e a sua trupe interpretaram canções menos rodadas. Apenas no fim, novamente para criar um efeito de apoteose – neste caso emocional, não sónica – recorreram a peças mais recentes ou mais populares.

***
O dia 5 de Julho de 2003 já lá vai e eu tive o prazer de fazer parte daquela plateia que, apanhada num misto de surpresa e maravilha, se deliciou com a islandesa mais conhecida do mundo. Hoje, ao ler esta crítica sobre aquele dia bom de Julho, apeteceu-me partilhar um dos melhores concertos da minha (curta) vida. Queria dizer que, quando ela voltar aqui ao 'quintalzinho', eu lá estarei. Vocês só ganhariam se estivessem também.

3 comments:

Anonymous said...
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maria said...

Espero ter o prazer e a coragem de partilhar contigo, ainda, o concerto dela no nosso "quintalzinho". Beijos

Anonymous said...

Era ela...

“Bjork saltitava descalça pelo palco, ao som das melodias que o octeto de cordas e a harpa de Zeena Parkins ajudavam a tornar mais místicas.
As labaredas e o fogo de artifício no palco contribuíram para o encanto deste final.”

Esses foram momentos a que pudemos assistir.
Que venha “ela” para mais um concerto e possamos nós reviver esses momentos mágicos.

D