Sunday, September 04, 2005

Foi num dia calmo de fim de verão

Está um magnífico dia de fim de verão. Daqueles de que eu gosto.
De manhã fomos à praia. Não havia vento. Não estava muito quente. Não havia muita gente.
De tarde o tempo correu devagar. Nada foi feito do princípio ao fim, mas à medida do que foi apetecendo: ler, ouvir música, registar CD´s, cozinhar, tomar café fora. Tudo se misturou, na paz que interliga todas as coisas e os seres, inexplicável e harmoniosamente.
Agora um frio ligeiro retesa-me os músculos e o sol vai-se lentamente.
Foi num dia assim que morreu Fernando Távora.
A minha homenagem.
Porque também é preciso merecer a morte.
Para os mais novos (que sei) que lêem este blog.
A Joana teve o privilégio de o conhecer e por isso tem a sorte de o recordar.
Fernando Távora foi um Homem. Que nos seduziu, a mim e a muitos, de um modo suave, como esta tarde de fim de Verão, mas duradouro.
Fernando Távora não morreu, porque um Homem nunca morre.
Para os mais novos que gostam da vida e da arquitectura, comecem por ler " Da organização do Espaço"* e deixem-se ir levados por esta lenta tarde calma de fim de verão.

(*) Edição do Curso de Arquitectura da ESBAP - julgo que foi reeditado pela FAUP

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