A leitura do texto de Manuel Graça Dias na publicação da Caleidoscópio sobre o Centro de Documentação e Arquivo do Palácio de Belém, da autoria de João Luís Carrilho da Graça, tocou num ponto que considero essencial no desfazer da condição pós-moderna, na definição da contemporaneidade – a enfatização do indivíduo enquanto ser único, possuidor de um discurso próprio e de uma “visão pessoal” sobre os problemas que aborda, neste caso a obra arquitectónica.
Concordo com Graça Dias quando diz que: “ Encontrar, identificar, lembrar, tornar análogo, é o nosso “processo científico”. Como tal, na pobreza das propostas de leitura residem quase sempre as causas de banalidade das respostas.”
É realmente na falta de capacidade crítica inicial, que se revela na incapacidade de equacionar o problema proposto (no caso da concepção arquitectónica todo o conjunto de condicionantes que informam o projecto), que reside o principal problema da nossa classe. Para além da preocupação em garantir à obra uma fidelidade discursiva que lhe confira uma identidade própria de autor, que Graça Dias tão bem descreve e que relança para o domínio da crítica, há um outro patamar, a meu ver anterior, que não se encontra de todo atingido pela maioria dos profissionais do ofício: a capacidade de leitura da “encomenda” enquanto resposta a um problema concreto, que só o autor do projecto com a sua leitura inteligente, crítica e informada, pode conformar.
Esta ausência de leitura: inteligente (porque relaciona); crítica (porque tem a capacidade de alterar contextos e propor alternativas); e informada (porque conta com a história, com a memória, com o sítio, com as condicionantes técnicas e programáticas e todas as outras); é bem visível na qualidade da nossa produção arquitectónica actual.
É a incapacidade de integrar este “processo científico” na produção arquitectónica e a vontade de afirmação de valores individualistas, em detrimento dos colectivos, que me faz, em parte, duvidar do futuro da arquitectura em Portugal.
Concordo com Graça Dias quando diz que: “ Encontrar, identificar, lembrar, tornar análogo, é o nosso “processo científico”. Como tal, na pobreza das propostas de leitura residem quase sempre as causas de banalidade das respostas.”
É realmente na falta de capacidade crítica inicial, que se revela na incapacidade de equacionar o problema proposto (no caso da concepção arquitectónica todo o conjunto de condicionantes que informam o projecto), que reside o principal problema da nossa classe. Para além da preocupação em garantir à obra uma fidelidade discursiva que lhe confira uma identidade própria de autor, que Graça Dias tão bem descreve e que relança para o domínio da crítica, há um outro patamar, a meu ver anterior, que não se encontra de todo atingido pela maioria dos profissionais do ofício: a capacidade de leitura da “encomenda” enquanto resposta a um problema concreto, que só o autor do projecto com a sua leitura inteligente, crítica e informada, pode conformar.
Esta ausência de leitura: inteligente (porque relaciona); crítica (porque tem a capacidade de alterar contextos e propor alternativas); e informada (porque conta com a história, com a memória, com o sítio, com as condicionantes técnicas e programáticas e todas as outras); é bem visível na qualidade da nossa produção arquitectónica actual.
É a incapacidade de integrar este “processo científico” na produção arquitectónica e a vontade de afirmação de valores individualistas, em detrimento dos colectivos, que me faz, em parte, duvidar do futuro da arquitectura em Portugal.
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