“Nunca saberemos nada sobre eles, como nunca saberemos nada sobre ninguém em estado de adolescência.” Alexandre Melo sobre o último filme de Gus van Sant “ Last Days” Cartaz Expresso de 27 Agosto de 2005.
Inquietante. Porque ao fazer esta afirmação consideramos os adolescentes como um grupo próprio, com comportamentos e interesses próprios, como uma classe aparte. Faz-me sempre confusão quando se divide o percurso da vida em partes, sendo cada uma delas estanque. Sai-se de uma classe e entra-se na outra. Vêm-me sempre à cabeça que deveria haver o sindicato dos bebés, das crianças, dos adolescentes, dos jovens adultos, dos adultos em maturidade, do início da terceira idade e dos velhos.
Mas cada um de nós desliza por estas etapas, com mais ou menos consciência delas, vive em grupos heterogéneos e não se associa, nem organiza, em função das fases da vida.
Por isso esta visão de impenetrabilidade que subjaz à frase de Alexandre Melo, como todo o artigo, como provavelmente o filme de Gus van Sant, angustia-me e se, pode fazer todo o sentido em função do que a motiva, o filme, a obra de arte, não faz em termos de vida.
Nós vivemos juntos e queremos ser felizes juntos. Não me tirem os belíssimos momentos de sintonia intergeracional que tenho com os meus filhos e com os amigos deles.
Inquietante. Porque ao fazer esta afirmação consideramos os adolescentes como um grupo próprio, com comportamentos e interesses próprios, como uma classe aparte. Faz-me sempre confusão quando se divide o percurso da vida em partes, sendo cada uma delas estanque. Sai-se de uma classe e entra-se na outra. Vêm-me sempre à cabeça que deveria haver o sindicato dos bebés, das crianças, dos adolescentes, dos jovens adultos, dos adultos em maturidade, do início da terceira idade e dos velhos.
Mas cada um de nós desliza por estas etapas, com mais ou menos consciência delas, vive em grupos heterogéneos e não se associa, nem organiza, em função das fases da vida.
Por isso esta visão de impenetrabilidade que subjaz à frase de Alexandre Melo, como todo o artigo, como provavelmente o filme de Gus van Sant, angustia-me e se, pode fazer todo o sentido em função do que a motiva, o filme, a obra de arte, não faz em termos de vida.
Nós vivemos juntos e queremos ser felizes juntos. Não me tirem os belíssimos momentos de sintonia intergeracional que tenho com os meus filhos e com os amigos deles.
Pelo meio de muitas incompreensões e desajustes reivindico o direito de ainda ser adolescente, às vezes.
1 comment:
Ontem fui almoçar com um casal amigo do meu pai- na casa dos 80 anos- com uma grande lucidez e acho engraçado que as pessoas com quem me sinto melhor são ou bastante mais novas ou bastante mais velhas.
(email que recebi.)
Que aprenderíamos se nos limitassemos aos que sabem o mesmo que nós, aos que partilham a mesma perpectiva e conceitos, padrões estéticos implementados por uma sociedade? Que seria eu se falasse só com os meus colegas e nunca com os meus professores? E o que seria de ti se não ouvisses a música que eu recolho agora? Para quê limitar-nos em grupos, faixas etárias, sexo, raça, crenças, etc.? Enerva-me esta necessidade de catalogar, de dividir as pessoas em grupos, especialmente, em grupos estanques. Sim, enerva-me. Mesmo.
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