Nos últimos dias DOGVILLE tem sido, para mim, um recurso inevitável. A espiral de desagragação dos valores mais nobres do ser humano, a desintegração dos nossos sentimentos até que o lado mais ínfimo e mais negro, cresce desmesuradamente e toma conta do nosso comportamento, o inevitável (ainda que antiquado) maniqueísmo entre o bem e o mal…
Depois a transformação das personagens e de nós com elas quando somos confrontados com a vulnerabilidade e inconstância dos nossos juízos.
Filme profético e divino.
Profético, porque a cada momento presenciamos Dogville nas nossas relações e vemos impotentes, o fio débil mas incrivelmente forte que nos puxa para baixo! Down…down…down…
Divino, porque de uma lucidez exterior e altiva que nos faz sentir como marionetas perante o seu olhar.
Filme profético e divino.
Profético, porque a cada momento presenciamos Dogville nas nossas relações e vemos impotentes, o fio débil mas incrivelmente forte que nos puxa para baixo! Down…down…down…
Divino, porque de uma lucidez exterior e altiva que nos faz sentir como marionetas perante o seu olhar.
( desculpem a composição, mas foi com muito custo que consegui inserir a fotografia. Falta a Joana para me ensinar.)
2 comments:
desculpa-me a (de)composição, mas foi com muito custo que (hoje) me consegui inserir "nesta fotografia"... antes Vergílio Ferreira, in 'Escrever' :
"Queres amar a vida e não te deixam. Tens de respirar o ódio, o insulto, o bafo azedo do vexame e isso faz-te mal. Emanações de um pântano de febres, de esgotos a céu aberto com o seu fedor de vómito. Um dos tormentos do inferno medievo era esse, o fedor - a essência da podridão. E o que te fazem respirar de uma flor, do aroma de existires? Porque é que o ódio é assim fundamental para os teus parceiros em humanidade existirem? Têm uma estrutura diferente de serem, Deus fabricou-os num momento de mau génio. Vale a pena irritares-te contra a existência da víbora ou do touro?"
e nós que somos? Doloroso é entender que o mundo não tem uma parta A e uma parte B e cada um de nós mistura as duas partes. Capacidade para as entender, saber valorizar uma e aniquilar a outra é para mim a única saída - a que me faz criar auto-estima e aspirar ao sublime.
Tens mesmo que ver o DOGVILLE.
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