Monday, October 17, 2005

Somos

Ainda de Alberto Carneiro:
Penso logo existo: não. Existo e por isso penso.
...ou o erro de Descartes, segundo Damásio.

5 comments:

Anonymous said...
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Anonymous said...

... e eu vou buscar uma frase de Paul Auster: "esquece os ângulos rectos...pensa arco,pensa trajectória".
Pensar é um exercício que gosto. Obriga-me a reflectir, por vezes. Leva-me a divagar também,isto é, a deambular no meu mundo interior e assim... existir.

Anonymous said...

Pensar arco, pensar trajactória é pensar "aberto". O circulo é a figura mais resistente e mais fechada, não tem pontos frágeis. O arco é um circulo aberto. A trajectória não tem fim. Porque nos havemos de confinar ao nosso canto ( ângulo recto), por segurança? Por medo de introduzir ruído no nosso (des) arrumado mundo?

HM

Anonymous said...

"Muitas vezes os seres são claros e translúcidos por serem primários e à medida que vão evoluindo é que se vão tornando opacos. Pensemos. Talvez seja isto: à medida que mais evoluindo vamos é que vão sendo precisos olhos mais penetrantes para se poder distinguir a qualidade de um ser. Então não será só à luz do sol que se deverá considerar a limpidez ou a translucidez do corpo de um ser mas à luz de outros princípios luminosos. (...) Aqui a razão precisava de ter evoluído paralelamente aos olhos, ora os nossos olhos vão de encontro aos seres como de encontro a um muro."

Ana Hatherly, in 'O Mestre'

Ser e Pensar.

Serve-me a famosa "ser ou não-ser, essa é a questão", que nesta livre transcrição lança o "não-ser" como entidade. Numa perpectiva relacional ZEN (entenda-se não-ego), isso é importante e coloca tudo sob um "novo princípio luminoso"

A obra nascida de Alberto Carneiro, é disto paradigma.

maria said...

Embora Alberto Carneiro, ele que me desculpe, mas nunca lerá este blog, seja demasiado presente, para constituir um "não-ser". E relembro Mário Sá Carneiro, de memória: "Um Pouco mais de sol e era brasa/ Um pouco mais de azul e era além...". Tenho pena de que dele ( Alberto carneiro) não se respire a sabedoria das suas obras, a energia da terra, a presença apaziguadora e não ostensiva do corpo. Mas apesar de tudo o que sabemos e que procuramos, somos ocidentais e carregamos a nossa origem. Ana Hartherly é, neste texto, clarividente.