Um filme num preto e branco mexicano, em que só nos apercebemos do ruivo do cabelo da personagem, quando, mais tarde, o declaram. Um filme cheio de subtilezas, variando entre o denso e as piadas non-sense, cheio de imagens que parecem quadros, impossível de descartar uma cena que seja (a não esquecer o discurso de Ulisses acerca do vôo em v dos patos e a cena final do quadro atado à mota, com uma corda, a passear pelas estradas movimentadas). Um despojamento de recursos, utilizando o mínimo possível, a fazer lembrar a comparação de Ilkka Suppanen: “Eu acredito que o Design é como a Poesia: absoluta e precisa com o uso mínimo de meios para obter um resultado máximo”. A história é simples e enche-nos em cada expressão. Uma montagem peculiar, em frames, com um incrível uso de silêncios e sons quotidianos. Eu e a Raquel saímos do cinema com o brilhozinho nos olhos, da música do Sérgio e conversámos o caminho todo para casa, acerca das imagens. Genial, até na banda sonora. Agarrem se puderem, Temporada de Patos.
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
4 comments:
No nosso tempo é difícil construir essencial, o minimal, enquanto princípio conceptual e não enquanto conceito puramente estético. É bom ver-te apreciar um filme como o que viste ( tenho pena de não o ter partilhado contigo) e gostar das coisas simples. Tão simples quanto complexas.
Nem todo o livro é Literatura...
Nem todo o edifíio, Arquitectura...
Nem todo o som, Música ...
Nem todo o quadro, Pintura...
Nem todo o filme, Cinema !
Mas quando é ...
Quero ver !
deviam ver. um dia compro-o. vemos em casa e depois empresta-se ali a RED fish
Obrigado, muito obrigado !
Se não fosse a Ladybird cá do sítio, não sei o que seria de nós !
Post a Comment