Thursday, January 05, 2006

Ressaca

Da primeira vez que estive em New York vinha de Chicago. Ao longo destes cinco anos relembrei Chicago como “a cidade”, com boa arquitectura, organizada, calma e muito bonita. De New York guardei uma ideia indistinta, de mistura, de vida, de confusão.
A minha visão da cidade alterou-se nesta segunda visita. Esta alteração não se operou sobre a visão exterior que tinha da cidade: ela conquistou-me e como raras vezes tive pena de regressar. Estranho, porque quando cheguei senti desconforto e perguntei-me como é que eu vou aturar isto seis dias? Sinto que ficaram coisas por fazer mais do que por ver, porque Manhattan, sob ponto de vista do turista não é difícil de ver. A geometria e métrica das cidades americanas facilita a vida aos turistas, que percorrem por cima cada rua, cada avenida, cada loja, como que debicando sem saborear as diferenças de paladar.
Desta vez o Pedro fez um magnífico trabalho de compilação de lojas e espaços temáticos que eu completei com a definição de percursos que procuraram mostrar-lhes a cidade nas suas diferenças. A chuva e a neve não permitiram a conclusão do programa mas deram um gosto especial (sobretudo a neve no último dia do ano).
Como vou fazer para regressar a New York e: perder-me em Greenwich Vilage; sentar-me a ouvir no Blue Note; voltar ao Witney Museum; saborear o Harlem; experimentar as comidas coreanas, japonesas e turcas; jantar nos acolhedores restaurantes italianos da down town; e reconhecer a partir de dentro a história urbana da cidade?

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