"De entre todos os modos de produção do amor, de entre todos os agentes de disseminação do mal sagrado, efectivamente este grande sopro de agitação que por vezes passa sobre nós é um dos mais eficazes. Então está a sorte lançada, o ser com quem nos recreamos em determinado momento é o que iremos amar. E nem sequer é preciso que nos tenha agradado até então mais ou tanto como outros. O que é necessário é que o nosso gosto por ele se torne exclusivo. E essa condição é realizada quando – nesse momento em que ele nos fez falta – a busca dos prazeres que o seu encanto nos dava foi bruscamente substituída em nós por uma necessidade ansiosa, que tem por objecto aquele mesmo ser, uma necessidade absurda, que as leis deste mundo tornam impossível de satisfazer e difícil de curar – a necessidade insensata e dolorosa de o possuir."
Em "Em busca do tempo perdido (Volume I) - Do lado de Swan", Pág. 245, Edição Relógio de Água
7 comments:
Aqui
É tudo,
Nada
Entre Tudo e Nada.
Movimento
Gosto
E
Quando
Mais Fim,
Causa Amante.
Retirado de «Causa Amante» de M G L
A
Sempre vivemos entre o essencial, amor e paixão. Sempre, com medo de nos revelarmos, escondemos o essencial, amor e paixão " ...esse grande sopro de agitação que por vezes passa sobre nós é um dos mais eficazes." Esse "mal sagrado".
Maria Gabriela Llansol?
...« ela está sentada debaixo da árvore genealógica das problemáticas e o céu azul, em formação, navega por entre os ramos»
...« naquela época, que eu situo num tempo confinante e assimétrico, no cabo Espichel que eu temia tanto que se extinguissa, havia, não raras vezes, duas, três noites consecutivas, ou mesmo um mês de noites, atravessado por uma tarde, ou uma manhã de poucas horas que rapidamente mergulhavam na sublimação do silêncio»...
... eis um episódio de (qualquer) «causa amante»: sentir o tempo e o espaço distorçidos de uma forma muito própria!
... Sim é M G L, estava em Herbais, no jardim dessa «C. A.» e considerou que «era impossível que o fogo ardesse»
... Nota: O poema é o somatório dos capítulos desse livro.
... Que te agrade!
9
No fino livro de capa lilás de «FINITA» lê-se assim:
[fico a garantir a mim mesmo que continuo anónimo, embora já adivinhe o teu sorriso de ********. Porquê anónimo? Porque é o que aqui se deve verdadeiramente ser para que isto possa continuar...]
Jodoigne, 3 de Fevereiro de 1976.
Hadewijch em si :
Sou com tempo, o que fora dele ou, aqui dada ao prazer do amado de se amar. Sua paixão e meu lugar, vivo
para que Ele saiba que a minha existência nada acrescenta à sua
excepto que sabê-lo é o nada que assim lhe ofereço.
No meu corpo, poderás ser Homem.
Põe Ele a sua mão na dor, nesta chaga que n'Ele se abriu, que chama eu e que eu deixo em vida. Vejo assim que o amor é a causa que tudo ex-stasia, e ser outra que sou permanecendo a mesma, em mim que não vejo, mas me vê metamorfoseada d'Ele nisto, isto em mim é eu que lhe ofereço efeito e tempo. Eu sou quem oferece nada, a mim que não era esta, antes da experiência de Este. Um amor assim tão perceptivo, tão necessitado de se olhar corpo ou causa, mostra o Amante na luz crua do amado.
E vê-se que vejo que o amor não é ocioso; de tal modo activo que se confunde com a acção, assim tão
anónimo que o tratam como se pobre fosse,tão esplendorosa que me julgam cortesã: assim quis o
amor ser visto, como ele a si próprio se vê.
E por quê assim? Quando nos separámos um do outro, cansados de ser o único que era, desejando o distinto e o menos de nós, o ser? Não começámos nós à procura do nosso encontro, mal tínhamos deixado de estar um só?
Se a minha história tem o Teu sentido, dá-me a mais sensualidade do conceito, para que eu reconheça o desconhecido que me olha
que sou eu,
e eu. viva,
termine o Teu inacabado efeito.
Q ou G ou * ou !
Eu ******* ou ***** porque não se pode redizer o que está bem dito, quando por entre tempestades apenas e só, devem ser lidas calmarias.
Agora chegada, não posso quebrar o encanto do anonimato consentido... quando outros se esgotam em campanhas eleitorais ou em saldos dos centros comerciais.
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