Monday, March 27, 2006

domingo e convite

Os jantares de domingo cá em casa foram-se adaptando com o decorrer do tempo e das circunstâncias.
O domingo foi sempre o almoço. Almoço de família. A família que, com o decorrer do tempo se foi recompondo, sem até agora, se decompor. Contínua centrada na casa mãe de Vermoim, com os pais, os filhos e os netos, sendo que estes últimos, constituem o segmento mutante do clã. Dos mais velhos, apenas partiu a Senhora Rosalina. O segmento mutante, crescente no que se refere aos mais novos, vadio, no que respeita aos mais velhos, vai variando de domingo para domingo. Hoje não esteve a Joana. A preparação do almoço e o respectivo são um acontecimento, que ganhou lugar e rotina e que nos ocupa cerca de um quarto de um dia de vinte e quatro horas. O Manel esmera-se na cozinha, que faz as nossas delícias tanto ao nível da degustação propriamente dita, como da envolvente convivial da espera e do pós-repasto, que se desdobra no arrumar as dezenas de pratos, talheres, copos e enormes tachos, que deixamos para que a D. Maria José os esfregue e lave convenientemente na segunda-feira. Cumpre viver plenamente este espaço único e confinado à circunstância presente que tanto nos preenche.
Por isso os jantares de domingo são o que tem que ser – para mim um copo de água das pedras, para o Pedro uma invenção qualquer que se assemelhe a “comida”, a palavra mais comum em estado de ávido crescimento e para o João a invenção de qualquer coisa que tape o buraco da fome que sempre aparece. (Por isso Joana, porque não estás - mesmo que quando estás não comas, a tua presença era por certo aquilo que me obrigava a sentar à mesa ao domingo à noite – o quarto vértice do quadrado que permitia o equilíbrio familiar. Aqui o triângulo é instável, sem que isto represente algum juízo de valor. Há muito que a instabilidade deixou de ter conotação negativa para ser uma característica substantiva da realidade.)

Convite:
No dia 29 de Abril de manhã a Cultour tem o privilégio de contar com Álvaro Siza numa visita ao Marco. Os lugares estão circunscritos aos quarenta. Eu tenho a minha cota e para isso tenho que construir a lista dos meus convidados. Manifestem-se. Esta visita exige descrição e disposição e será, se soubermos entender, um momento único.

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