Ana Grigorieva * (Dostoevsky)
Mileva Maric ( Einstein)
Alma Mahler ( Gustav Mahler)
Três histórias que se multiplicam. O mais imediato seria dizer que foram mulheres que se sacrificaram pelo sucesso dos maridos e aguentaram a sua loucura/ insanidade.
Não vou por aí.
Tinha que ser a parte feminina do casal a ter este papel, porque os contextos históricos e culturais eram adversos à afirmação da mulher como profissional. Independentemente do sacrifico, que decorre da relação amorosa e da admiração, não era fácil, para não dizer impossível, a afirmação profissional no feminino. A história para as mulheres começa muito tarde. Mesmo assim sempre, ou quase sempre, uma história dupla: profissão e lar/maternidade.
Por isso mais do que o lugar comum do sacrifício da carreira pelo marido e pelos filhos, há que entender estas relações como relações de amor/paixão em que o trabalho intelectual e artístico é, também ele, uma paixão, um caminho inevitável e irreversível. Provavelmente nestes casos, tanto para o homem como para a mulher, pela sublimação da perda através da dádiva e da partilha de vida com homens de génio.
Estas são histórias que tocam pela intensidade. Das quais apenas sabemos a visibilidade social da relação. Vale a pena conhecê-las melhor, porque não são vidas de ontem, mas de hoje. Porque independentemente da afirmação profissional da mulher, não conheço ainda casos inversos ou casos de sucesso feliz.
* Este caso é um pouco diferente. Ana Grigorieva era estenógrafa e escrevia o que Dostoevsky ditava. Seguiu-o pela Europa do Norte, viveu amargamente e intensamente entre, vício, doença, paixão e arte.
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