Wednesday, August 10, 2005

Ter um poema à mão

Experiências simultâneas vão criando a escrita -esta*-, que se refere a um universo claro, mais claro do que a realidade que, abrindo os olhos para o que está escrito e rescrito fora, conheceis. Fora, também está escrito outro universo. Mas não sei explicar-vos como está escrito, passeai por ele, sabereis, então, por onde entrar e sair do seu sentido. Porque, por vezes, estranhamente, o que está fora é o que está em palavras, e as coisas, que estão dentro de nós, a gritar por ser ditas. Ter um poema à mão, nesses instantes, ajuda. Se o nomear tem de vir de fora, que venha de um poema que soube responder à poesia.

*refere-se à tradução de poemas;

Maria Grabiela Llansol, prefácio de Últimos Poemas de Amor Paul Éluard

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